Um protesto contra o governo de Dina Boluarte no Peru. (Foto: Reuters)
Um protesto contra o governo de Dina Boluarte no Peru. (Foto: Reuters)
Uma ONG denuncia “graves violações dos direitos humanos”. cometidos no governo de Dina Boluarte e adverte que o Peru caminha “para um Estado autoritário”.
HispanTV – A Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) publicou nesta quinta-feira um relatório intitulado ‘Peru: avanço do autoritarismo e retrocesso de direitos’ no qual critica a “brutalidade repressiva” no Peru durante os protestos sociais contra Dina Boluarte.
O relatório afirma que, face à recusa de convocação de eleições antecipadas, vários protestos foram realizados em vários pontos do país, com um saldo de 67 mortos, 49 deles devido a “repressão desproporcional”, mesmo muitos casos já caracterizados como execuções extrajudiciais e massacres.
Governo do Peru não pedirá desculpas por mortes em protestos
“A resposta repressiva às mobilizações sociais atingiu níveis raramente vistos na história do país”, aponta.
Além disso, critica que desde a crise da repressão, ao invés de apurar as mortes e possíveis casos de execuções extrajudiciais e graves violações de direitos humanos e dos responsáveis, o Ministério Público tenha se voltado para a perseguição e julgamento dos cidadãos que protestam, especialmente os líderes das organizações envolvidas.
EUA apoiam Boluarte apesar de violação de direitos humanos em protestos
O documento afirma que “há um evidente processo de captura das instituições democráticas no Peru por um Congresso autoritário, ultraconservador e antidireitos, agora aliado ao governo de Boluarte” e garante que “a atual crise política no Peru se deve a um projeto político e ideológico conservador e autoritário”.
Terceira tomada de Lima: registros e controles policiais aumentam
A FIDH enfatiza que “essa virada autocrática, orquestrada por partidos ultraconservadores e aliados do governo Boluarte, corresponde a um programa de desmonte dos direitos conquistados”. A isso se soma um grave precedente judicial com a recente decisão do Supremo Tribunal de Justiça, que criminaliza o protesto social ao afirmar que não constitui um direito fundamental.