A Federação Equatoriana de Exportadores (Fedexpor) afirmou que a suspensão dos embarques ao país euroasiático afetará as vendas de produtos como a banana, que deixam um saldo favorável na balança comercial.
A declaração da Fedexpor ocorreu depois de a Rússia ter cancelado as licenças de cinco exportadores de banana, depois de o Executivo equatoriano ter confirmado a intenção de enviar sucata militar russa para os Estados Unidos em troca de novos equipamentos, avaliados em 200 milhões de dólares.
O argumento apresentado por Moscovo é a alegada presença de pragas em vários carregamentos que chegam ao território russo, não só de bananas mas também de flores.
A mídia local equatoriana cita esta segunda-feira fontes do Ministério da Produção, Comércio Exterior, Investimento e Pesca que afirmam estar avaliando uma resposta à situação.
Segundo a Fedexpor, as relações comerciais entre Equador e Rússia deixam um saldo favorável na balança comercial, de 721 milhões de dólares entre janeiro e novembro de 2023.
Para o economista Pablo Dávalos, o que Noboa fez “é grave e significa um custo económico e geopolítico muito elevado para o país”, e destaca que o Legislativo deve supervisionar este processo para determinar responsabilidades.
“Estamos à beira do abismo. Noboa ficou muito pior do que (Guillermo) Lasso”, observou Dávalos.
Por sua vez, o ex-vice-chanceler Fernando Yépez também descreveu como erros graves na política externa “a improvisação, o alinhamento impensado e a consideração dos interesses de uma grande potência como próprios”.
Segundo Yépez, isso afeta a soberania e a imagem do país, bem como os seus verdadeiros interesses.
O advogado Marlo Martínez lembrou que durante a campanha Noboa prometeu que o Equador seria mais competitivo para atrair investimentos estrangeiros; Porém, atualmente, a sua política bélica e ideológica afeta o comércio com a Rússia, principal comprador de bananas, flores e camarões.