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terça-feira, 10 setembro, 2024

Noboa é questionado por uma decisão que impacta o comércio Equador-Rússia

Quito (Prensa Latina) Analistas alertaram nesta segunda (05) sobre o custo econômico da decisão do presidente equatoriano, Daniel Noboa, de entregar armas russas supostamente não utilizadas a Washington.

A Federação Equatoriana de Exportadores (Fedexpor) afirmou que a suspensão dos embarques ao país euroasiático afetará as vendas de produtos como a banana, que deixam um saldo favorável na balança comercial.

A declaração da Fedexpor ocorreu depois de a Rússia ter cancelado as licenças de cinco exportadores de banana, depois de o Executivo equatoriano ter confirmado a intenção de enviar sucata militar russa para os Estados Unidos em troca de novos equipamentos, avaliados em 200 milhões de dólares.

O argumento apresentado por Moscovo é a alegada presença de pragas em vários carregamentos que chegam ao território russo, não só de bananas mas também de flores.

A mídia local equatoriana cita esta segunda-feira fontes do Ministério da Produção, Comércio Exterior, Investimento e Pesca que afirmam estar avaliando uma resposta à situação.

Segundo a Fedexpor, as relações comerciais entre Equador e Rússia deixam um saldo favorável na balança comercial, de 721 milhões de dólares entre janeiro e novembro de 2023.

Para o economista Pablo Dávalos, o que Noboa fez “é grave e significa um custo económico e geopolítico muito elevado para o país”, e destaca que o Legislativo deve supervisionar este processo para determinar responsabilidades.

“Estamos à beira do abismo. Noboa ficou muito pior do que (Guillermo) Lasso”, observou Dávalos.

Por sua vez, o ex-vice-chanceler Fernando Yépez também descreveu como erros graves na política externa “a improvisação, o alinhamento impensado e a consideração dos interesses de uma grande potência como próprios”.

Segundo Yépez, isso afeta a soberania e a imagem do país, bem como os seus verdadeiros interesses.

O advogado Marlo Martínez lembrou que durante a campanha Noboa prometeu que o Equador seria mais competitivo para atrair investimentos estrangeiros; Porém, atualmente, a sua política bélica e ideológica afeta o comércio com a Rússia, principal comprador de bananas, flores e camarões.

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