Havana, (Prensa Latina) Nos Estados Unidos, o voto popular não representa necessariamente o que chamam de democracia e de fato, em duas das últimas cinco eleições, o candidato com menos apoio foi o vencedor.
Evento semelhante ocorreu quando, em 2016, o atual presidente, Donald Trump, triunfou sobre a democrata Hillary Clinton, com quase três milhões de votos a menos.
Quem decide a eleição presidencial nos Estados Unidos?
A decisão das eleições presidenciais é levada ao ar no chamado Colégio Eleitoral, onde 538 delegados elegem o novo presidente, que deve ser favorecido por 270 votos ou mais.
O Colégio Eleitoral é o órgão encarregado de eleger um determinado representante político pelo sistema de sufrágio indireto, neste caso o presidente.
Os eleitores nessa instância são aqueles escolhidos em cada estado e são escolhidos de acordo com quem ganhou o voto popular, ou seja, se Biden derrotar Trump na Flórida, estado considerado ‘dobradiça’, que pode favorecer um ou outro candidato, ele levaria os 29 delegados ao colégio.
Segundo as estatísticas, em geral as maiorias que se formam naquele fórum não coincidem exatamente com as do voto dos cidadãos. Essa diferença abre a possibilidade de um colégio eleitoral eleger um candidato diferente daquele que teve mais votos na eleição popular, como de fato aconteceu cinco vezes nos Estados Unidos nos processos de 1824, 1876, 1888, 2000 e 2016.
Distribuição do voto eleitoral nos Estados Unidos, por estados e votos eleitorais:
Alabama (9), Minnesota (10), Alasca (3), Mississippi (6), Arizona (11), Missouri (10), Arkansas (6), Montana (3), Califórnia (55), Nebraska (5), Carolina do Norte (15), Nevada (6), Carolina do Sul (9), New Hampshire (4), Colorado (9), Nova Jersey (14), Connecticut (7), Novo México (5), Delaware (3 ), Nova York (29), North Dakota (3), Ohio (18) e South Dakota (3).
Além disso, Oklahoma (7), Flórida (29), Oregon (7), Geórgia (16), Pensilvânia (20), Havaí (4), Rhode Island (4), Idaho (4), Tennessee (11), Illinois (20), Texas (38), Indiana (11), Utah (6), Iowa (6), Vermont (3), Kansas (6), Virgínia (13), Kentucky (8), West Virginia (5), Louisiana (8), Washington (12), Maine (4), Wisconsin (10), Maryland (10), Wyoming (3), Massachusetts (11), Distrito de Columbia (3) e Michigan (16).
Total de eleitores 538. De acordo com uma previsão do site RealClearPolitics, hoje, Biden pode obter 357 delegados contra 181 Trump.
De acordo com a regra, o número de eleitores em cada estado é amplamente proporcional ao tamanho de sua população.
Nesse sentido, a Califórnia (oeste) contribui com o número mais alto com 55 tradicionalmente inclinados aos democratas (azul), seguida por Texas (38), Nova York (29), Flórida (29), Illinois (20) e Pensilvânia (vinte).
Existem também os estados menos populosos como Wyoming, Alasca e Dakota do Norte e (Washington DC) que são representados por um mínimo de três delegados.
Existem apenas dois estados (Maine e Nebraska) que dividem seus votos eleitorais com base na proporção de votos que cada candidato obtém.
O número de delegados por estados faz com que os candidatos concentrem seus esforços naqueles chamados ‘pêndulos’, ‘dobradiças’ ou ‘oscilantes’, pois de acordo com esse nome podem avançar para um ou outro candidato. A Califórnia, apesar de seus 55 votos e Nova York, com 29, geralmente vota nos democratas sem discussão.
Por outro lado, dados históricos mostram que três presidentes foram eleitos sem terem conquistado o sufrágio popular, todos eles no século 19: John Quincy Adams, Rutherford B. Hayes e Benjamin Harrison, sem contar Bush e Trump mais recentemente.
Pode ocorrer também que um candidato não obtenha a maioria dos votos do colégio e seja necessário ir à Câmara dos Deputados, que representa a maior diversidade do eleitorado, que votará no novo governante.
O sistema de Colégio Eleitoral tem sido fortemente criticado nas últimas décadas por não representar, de forma geral, o sentimento da maioria do país e alguns defendem sua eliminação para favorecer a eleição direta do presidente.