Brasília, 14 de maio (Prensa Latina) O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou que o Brasil navega hoje sem rumo e rumo ao desastre com o governo do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, que ofende a todos sob uma política econômica e sanitária suicida.
‘O Brasil está completamente sem um governo. Não há política de saúde, não há política econômica. O Brasil é um barco à deriva’, lamentou Lula durante uma entrevista com o canal de televisão argentino C5N, citada na quinta-feira pela mídia local.
Ele disse que ‘não é possível que continuemos a ver pessoas a morrer diariamente devido à pandemia’.
Considerou que o Bolsonaro está errado ao insistir na retoma da atividade econômica, enquanto o país bate novos recordes, dia após dia, de mortes e casos de infecções por coronavírus.
‘É simples: se salvarmos as pessoas, podemos, com a ajuda dessas pessoas, reconstruir a economia’. Hoje estamos a assistir passivamente à morte de pessoas’, advertiu.
O fundador do Partido dos Trabalhadores salientou que a única arma para enfrentar o coronavírus é o isolamento.
Ele insistiu que ‘o único que foi ressuscitado foi Jesus Cristo’. As pessoas não se levantam, mas a economia sim.
Para Lula, ‘a falta de liderança’ para enfrentar a calamidade é agora um problema para o país, que não pode continuar a ser irresponsavelmente conduzido por Bolsonaro.
‘Nunca vi alguém tão incompetente para liderar um país, alguém tão grosseiro’, disse ele.
Reiterou que o ex-militar insulta as mulheres, os negros, as crianças, a ONU, a Argentina, a Venezuela, os meios de comunicação social, os trabalhadores. ‘Ele não fala com ninguém, apenas com as milícias que rodeiam os seus filhos e os seus apoiadores’. O Brasil não pode resistir a isso’, observou ele.
Disse esperar pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para colocar em votação o impeachment contra Bolsonaro, porque ‘o Brasil não pode suportar a maneira como está sendo governado por três meses’.
Elogiou os presidentes Alberto Fernández da Argentina e Andrés López Obrador do México e criticou duramente o presidente norte-americano Donald Trump, único aliado de Bolsonaro na cena internacional. ‘Sonho que vamos mudar o mundo’, disse ele.
O Brasil registrou 13.149 mortes, somando 749 nas últimas 24 horas e contou 188.974 infecções por Covid-19, de acordo com o último boletim do Ministério da Saúde.