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sábado, 7 dezembro, 2024

O BRASIL DO MISEGURA: UM CAMINHÃO DE PROPAGANDA PARA TEMER  PROSSEGUIR NO DESMONTE DA NAÇÃO

Pedro Augusto Pinho*

O Comandante do Exército, General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, declarou, em palestra no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que os recursos (ativos) na Amazônia brasileira poderiam ser estimados em 23 trilhões de dólares estadunidenses (USD).

A Amazônia Azul, o mar territorial brasileiro, onde se encontram o pré-sal e quase a totalidade de nossas reservas de petróleo, pode ser estimada, com base no profundo e competente trabalho dos professores Ildo L. Sauer e Larissa A. Rodrigues, “Pré-sal e Petrobras além dos discursos e mitos: disputas, riscos e desafios” (outubro de 2016 –  scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142016000300185), em 7,5 trilhões de USD (barril a US$ 50).

Veja o caro leitor, se dobrarmos, para todos os demais recursos marítimos, este valor, ainda estaremos quase na metade da avaliação do General Villas Bôas para a Amazônia.

Como negligenciar, portanto, a Amazônia Brasileira?

O que causa a insegurança não é, nunca foi, a falta de policiamento. É a falta de instrução, de emprego, de assistência à saúde que são funções do Estado.

E os que comandaram o Estado brasileiro, exceto por momentos fugazes que sempre são e foram  combatidos pelas mesmas forças que deram o golpe em 2016, como o fizeram em 1964, em 1954, ou seja, sempre que se pretendeu ter um País Soberano, são os responsáveis pela insegurança.

Ao optar pelo Ministério da Segurança Pública, ao invés de termos um Ministério da Amazônia, estaremos dando a insofismável prova de buscar a farsa à verdade, a corrupção à correção, o ganho estrangeiro ao desenvolvimento brasileiro.

O Ministério da Segurança Pública é um “fake Ministério”. Ou irá substituir o Ministério da Educação, do Desenvolvimento Social, da Saúde e boa parte dos ministérios da área econômica?

Só na propaganda televisiva, de emissoras comerciais, cujo interesse nunca foi o nacional brasileiro, que pode surgir o Fake Ministério da Segurança Pública, desde logo colocado na sigla MISEGURA.

E como agirá este ministério de fancaria? Sem lei nem justiça para controlar seus desmandos? Coordenará as investigações policiais por todo Brasil? As fronteiras? As estradas? Aeroportos, portos marítimos, lacustres e fluviais? Quantas dezenas, centenas de milhares de funcionários abrigará o Misegura? Para a área operacional, para logística, para administração? Quantos barcos, aeronaves, caminhões farão parte de seus imobilizados?

Vê-se claramente que ou o objetivo do Misegura é enfrentar o Ministério da Defesa, outro Ministério armado, ou se tornar o governador geral do Brasil. Porém, o mais provável que seja tão somente um caminhão de propaganda para um candidato a prosseguir o desmonte da Nação, como vem fazendo o governo golpista de 2016.

Espanta-me que as Forças Armadas (FFAA), com seus serviços de inteligência, seus estados maiores, não estejam avaliando os perigos para o Brasil do Misegura. E se ao invés de segurar ele for o estopim da guerra civil, a assassina de estimação do sistema financeiro internacional, da banca?

Nenhum golpe justifica outro golpe. Mas tendo sido rasgada inúmeras vezes a Constituição Federal, especialmente pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que tal antecipar as eleições para o meio do ano. Apenas o tempo de os partidos fazerem suas convenções, o Superior Tribunal Eleitoral (STE) definir as regras operacionais das propagandas e procedimentos eleitorais e colocar a campanha, que já está nas ruas, oficializada.

Este pode ser o papel que aglutinará certamente todos que não suportam mais ver os desmandos golpistas, a corrupção, a velhacaria e o cinismo. E, o que deve ser fundamental para a lisura eleitoral, as redes de televisão ficarão impedidas de transmitir qualquer noticiário, debate, comentário sobre as eleições e sobre os candidatos. Seu único papel será o de cumprir o horário eleitoral gratuito. O mesmo para toda rádio comercial.

E o Ministério da Amazônia fica como boa proposta de campanha para as forças nacionalistas.

*Pedro Augusto Pinho, aô, administrador aposentado

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