La Paz (Prensa Latina) A ministra de Saúde da Bolívia, Ariana Campero, realçou a aprovação do artigo 153 do Código do Sistema Penal que permite hoje às mulheres interromperem sua gravidez até as oito semanas, sem penalização.
‘O novo artigo constitui um importante avanço na reivindicação histórica de muitas mulheres que lutaram para evitar a morte por causa de abortos ilegais’, manifestou.
Campero reiterou que a terceira causa de morte no país é o aborto, a maioria deles praticados em condições insalubres e de insegurança.
A Câmera de Deputados boliviana aprovou um artigo no Código do Sistema Penal que se refere ao aborto, incluindo três clausulas para evitar que essa prática seja penalizada, e elimina o argumento de pobreza.
Segundo o regulamento, durante as primeiras oito semanas de gestação, as mulheres poderão realizar o aborto impune quando tenha como responsáveis pessoas adultas maiores, incapacidades e outros menores; ou seja estudantes.
De acordo com uma nota de imprensa da Câmera, o aborto também não constituirá uma infração penal se a saúde e vida da mulher estão em risco, quando se detectem malformações fetais; bem como em caso que a gestação seja consequência de violação ou incesto, e a grávida seja menina ou adolescente.
No artigo referente ao aborto eliminou-se a clausula da situação socioeconômica da mulher, como ‘sua interpretação gerava muita distorção’, afirmou a deputada Susana Rivero, do Movimento Ao Socialismo (MAS).
A iniciativa em debate no Parlamento também propõe que o sistema nacional de saúde não poderá negar a interrupção da gravidez, nem a atenção integral à mulher, nos casos previstos e estará obrigado a manter o segredo profissional.
Atualmente o Código Penal da Bolívia aprova o aborto em caso de gravidez por delito de violação, rapto não seguido de casamento, estupro ou incesto; e perigo para a vida ou a saúde da mãe.