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quinta-feira, 28 março, 2024

No calor da greve: ‘Venham negociar, senão a coisa vai esquentar’

Divulgação/CSB
A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) está com dirigentes sindicais e trabalhadores mobilizados nas ruas em todo o Brasil em protestos nesta sexta-feira (28) dia da Greve Geral contra as reformas trabalhista e previdenciária do Governo.
Ação da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) em protesto de trabalhadores na cidade de Joinville (SC).
DIVULGAÇÃO/CSB
Ação da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) em protesto de trabalhadores na cidade de Joinville (SC).

Em entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil, o Presidente Nacional da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antônio Neto fez um balanço positivo da mobilização dos trabalhadores em protesto no país.

“Está muito emocionante ver a resposta que a população mandou para o Governo Federal aos deputados e a todos os parlamentares que insistem em mexer nos direitos trabalhistas e previdenciários. Mobilização no país inteiro, paralisações de categorias importantíssimas, categorias dizendo: respeite os direitos dos trabalhadores. Creio que hoje o dia está dando emoção a todos os dirigentes sindicais, que já há algum tempo vem clamando com a população, os trabalhadores e a resposta foi muito boa.”

Segundo Antônio Neto, entre as categorias paralisadas estão “transporte público, metalúrgicos, os petroleiros, a Vale do Rio Doce, profissionais de tecnologia da informação, vestuário, policiais civis e rodoviários, que fizeram manifestações ao longo do Brasil, ou seja, está tendo uma consciência por parte dos trabalhadores de todas as categorias da necessidade de se mostrar ao governo, que nós não podemos mais conviver com isso que eles estão querendo fazer.”

Os portuários também aderiram a Greve Geral no Ceará
DIVULGAÇÃO/CSB
Os portuários também aderiram a Greve Geral no Ceará

Segundo o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, as mudanças podem ser feitas, porém, é preciso ouvir o trabalhador e não somente favorecer os patrões.

“Ninguém acha que não pode mexer na Previdência, ou acha que não pode mexer na CLT, mas venham negociar, não façam nada açodadamente, não façam nada a mando dos patrões, dos grandes capitais. Façam uma reforma para que gere empregos, desenvolvimento, retomada do crescimento.”

A Rodovia Dom Pedro foi bloqueada por trabalhadores em protesto na manhã desta sexta-feira (28)  nos dois sentidos, em Itatiba (SP)
DIVULGAÇÃO/CSB
A Rodovia Dom Pedro foi bloqueada por trabalhadores em protesto na manhã desta sexta-feira (28) nos dois sentidos, em Itatiba (SP)

Ao ser questionado se manifestações apenas com bloqueios nas estradas,  e paralisação de transportes públicos e aeroportos seriam suficientes para sensibilizar o governo e parlamentares, Antônio Neto ressalta que mesmo sendo pontuais, as manifestações são importantes e sinalizam um aviso para que  recuem com as reformas ou os trabalhadores vão paralisar o país por tempo indeterminado.

“Na medida que você tem a resposta da população em geral, a resposta das categorias e se tem os diversos tipos de manifestações sejam, paralisações nas estradas, nos transportes ou de categorias integrais já é um avanço no sentido de dizer ouçam-nos, parem com isso, porque senão a resposta será mais pesada ainda. Nós estamos nos organizando para que se continuar dessa maneira talvez precisemos fazer uma greve nacional por tempo indeterminado e aí a coisa vai esquentar mesmo.”

No Rio Grande do Sul bloqueios em rodovias e nas avenidas de Porto Alegre. Na capital, Região Metropolitana e no interior, a circulação de trens e ônibus foi suspenso.
DIVULGAÇÃO/CSB
No Rio Grande do Sul bloqueios em rodovias e nas avenidas de Porto Alegre. Na capital, Região Metropolitana e no interior, a circulação de trens e ônibus foi suspenso.

Após a Greve Geral desta sexta-feira (28), Antônio Neto informou que as centrais sindicais seguem em mobilização na próxima semana para tratar dos próximos passos do movimento contra as reformas.

“As centrais sindicais na semana que vem estarão reunidas com suas executivas para debater como foi o dia 28 de abril e aí vamos nos organizar. Vamos procurar o Senado, vamos continuar discutindo. Estamos abertos a negociação com o Governo Federal e a partir daí, dependendo do comportamento desse processo de reformas, nós vamos ter que tomar as nossas atitudes e decidiremos o que fazer.”

Para o presidente da CSB, o caminho adotado pelo Governo está errado e só está levado cada vez mais o Brasil para o buraco, além de ser um retrocesso. “Há uma pesquisa que diz que 92% dos trabalhadores pesquisados são contrários a essas medidas que vem sendo tomadas pelo governo. Todas as medidas nos últimos meses tomadas pelo governo só ampliam o número de desemprego, só ampliam o déficit público. Estão fazendo tudo o que os bancos querem, tudo o que a elite deseja e assim mesmo o Brasil afunda cada vez mais. Está errado o caminho.”

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