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sexta-feira, 26 julho, 2024

Música e danças indígenas originárias da Bolívia em debate

La Paz, 19 de agosto (Prensa Latina) A diretora do Museu Nacional de Etnologia e Folclore (Musef), Elvira Espejo, assegurou hoje que a próxima Reunião Anual de Etnologia (RAE) sediada naquela instituição terá um significado especial pela diversidade sonora da Bolívia.

“A importância da RAE em 2023 é trabalhar a diversidade de sonoridades, respeitando as das comunidades que vêm, que não tiveram seu espaço, o que considero necessário”, disse ele em entrevista à Prensa Latina.

Espejo insistiu na necessidade de conhecer precisamente essas expressões criativas da serra, do vale e da baixada com o objetivo de divulgar as raízes do Estado Plurinacional.

“Há muito que estamos sujeitos a uma educação formal vertical que nos leva a conhecer sonoridades internacionais e não às dos nossos próprios territórios, que são de raiz”, disse a esta agência noticiosa.

A pesquisadora e artista de origem aimará fez com que a equipe do Musef considerasse muito oportuno trazer esse tema para o debate e assim mergulhar na cultura do Estado Plurinacional da Bolívia.

Sons, Música e Espaços é o tema da versão 37 da RAE, que acontecerá de 21 a 25 de agosto em La Paz, com apresentações acadêmicas e apresentações de música e dança de comunidades indígenas nativas, segundo a comissão organizadora.

Entidade dependente da Fundação Cultural do Banco Central da Bolívia (FC-BCB), o Musef organiza essa atividade ininterruptamente há 37 anos.

A jornada académica-cultural de quase uma semana abordará sob diferentes perspetivas a forma como os sons envolvem o quotidiano dos seres humanos, desde a contemplação de ambientes sonoros, oralidades e manifestações musicais.

Quatro mesas temáticas e uma aberta, compostas por cerca de 100 trabalhos postulados por diversos pesquisadores e três conferências magistrais incluídas este ano pela RAE.

O número de inscrições por meio da possibilidade habilitada no site do Musef através do link: http://musef.org.bo/inscripcion-rae-2023-lpz é alto, informou.

Para residentes no país ou no exterior, foi habilitada a possibilidade de inscrição e participação virtual e gratuita.

Durante o evento, o Musef propõe o palco denominado “Diálogo de Sonoridades” dedicado à “música silenciada” ou às músicas e danças das comunidades nativas da Bolívia, raramente ouvidas ou vistas no meio urbano.

A entrada nos concertos será gratuita e os espetáculos serão transmitidos através do Facebook Live do Musef, com o objetivo de atingir o maior número de espectadores a nível nacional e mundial.

“Nós nos conectamos ao nosso ambiente não apenas pelo visual, mas também pelos sons. Essa relação cotidiana nos leva a entender a importância das diferentes manifestações sonoras na natureza, nas paisagens sonoras urbanas e, claro, na música”, concluiu Espejo.

Este fórum acontece no 61º aniversário da criação do Musef, evento que se comemora durante o mês em curso.

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