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Sputnik – O acidente de helicóptero que matou o presidente iraniano Ebrahim Raisi, o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, e demais passageiros no último domingo (19) tem gerado especulações e dúvidas e, em entrevista à Sputnik, Michael Maloof levantou algumas hipóteses sobre a causa da tragédia.
“Você tinha três helicópteros voando em fila, e um de repente cai. Sem chamada de emergência. Nada. E se foi devido a condições de neblina, como os outros dois passaram bem, mas não o do presidente?”, questionou Michael Maloof, ex-analista sênior de política de segurança do gabinete do secretário de Defesa dos EUA.
A delegação iraniana sobrevovava a província iraniana de Azerbaijão Oriental, uma região montanhosa que faz fronteira com o Azerbaijão, um aliado próximo de Israel:
“Israel tem laços muito próximos com o Azerbaijão. Dada essa proximidade, me questiono se algo impróprio poderia ter acontecido. Não posso descartar essa possibilidade”, ponderou Maloof, enfatizando que não há provas de que Israel tenha tido qualquer envolvimento na morte de Raisi. “Acho que precisamos ver as provas forenses sobre isso”.
Mais cedo, um oficial israelense teria dito à mídia dos EUA que seu país não esteve envolvido na morte do presidente iraniano.
Ainda segundo Maloof, Israel tem um histórico de alegadas operações clandestinas dentro do Irã, incluindo o bombardeio de oleodutos, o assassinato de cientistas nucleares e a resposta recente de Israel ao ataque iraniano, que o Irã diz ter sido realizado a partir de seu território. “[O ataque de Israel ao Irã] também foi uma resposta muito fraca, mas acho que tudo isso foi planejado para algo muito maior, algo assim”, especulou.
“Você tem outros episódios ocorrendo por todo o Ocidente, incluindo a tentativa de assassinato do primeiro-ministro da [Eslováquia]. E também, aparentemente, uma ameaça ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Então, esses eventos não estão acontecendo isoladamente. Algo maior está acontecendo por aí. Acho que as pessoas estão tentando entender o que é”, ele acrescentou.
Ele frisou que, no mesmo dia em que o helicóptero do presidente iraniano caiu, autoridades do Exército da República Democrática do Congo (RDC) disseram ter frustrado uma tentativa de golpe e prendido 50 pessoas, incluindo três americanos.
O suposto líder do golpe, Christian Malanga, destacou ele, foi morto na tentativa. Malanga viveu nos EUA durante a maior parte de sua vida e, segundo vídeos postados online, visitou o Exército israelense em 2015.
“Você viu qual foi a reação quando os israelenses atingiram o consulado iraniano na Síria pela primeira vez, o Irã mostrou que poderia atacar Israel diretamente. Se este acidente de helicóptero de fato foi intencional e possa ter estado relacionado a Israel, acho que veremos uma resposta muito importante”, concluiu o especialista.