Por Altamiro Borges
Um estudo divulgado nesta semana confirma o sucesso do programa “Minha Casa Minha Vida”, do governo federal. Ele foi responsável pela redução anual média de 2,8% no déficit habitacional do país entre 2010 e 2014. Neste período, 742 mil famílias brasileiras concretizaram o sonho de conquistar a casa própria. O estudo foi elaborado pela insuspeita Federação das Indústrias de São Paulo, a nefasta Fiesp – um dos bastiões da cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma. A mídia tucana, porém, não deu qualquer destaque para este importante avanço. O estudo não foi manchete nos jornalões, nem capa das revistonas e nem motivo de comentários dos urubólogos da rádio e tevê.
Segundo a pesquisa, a redução do déficit habitacional foi mais saliente no Norte (-6,4% ao ano) e no Nordeste (-3%). Entre os Estados, a Bahia se destacou, respondendo por 115,6 mil das famílias que compraram ou receberam moradias – o equivalente a 16% do total. “Esse é o viés social do ‘Minha Casa Minha Vida’, o de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Pelo lado econômico, o programa já se mostrou capaz de gerar empregos e movimentar a cadeia produtiva da construção”, reconheceu o diretor do Departamento da Indústria da Construção (Deconcic) da Fiesp, Carlos Auricchio. Ele devia enviar a pesquisa ao presidente da entidade, o “Pato Skaf”, um hidrófobo inimigo do governo.
O estudo usou a metodologia de cálculo da Fundação João Pinheiro (FJP), que serve de referência ao Ministério das Cidades. Diante do êxito do programa de habitação, principalmente nas regiões mais carentes, Carlos Auricchio defende que o “Minha Casa Minha Vida” seja transformado em política de Estado. “Isso garantirá a sua continuidade até que a carência de moradias no País seja sanada, traria a regularidade e segurança necessárias para que os investimentos ocorram. A indústria da construção possui grande capacidade de atuar nesse processo, se houver condições financeiras”. Ele lembra que a construção civil emprega 13% da força de trabalho e representa 10% do PIB brasileiro.
A mesma avaliação positiva é feito por Teotonio Rezende, diretor de Habitação da Caixa Econômica Federal, o banco público responsável pelo financiamento do programa. Para ele, o estudo da Fiesp comprova a importância do Minha Casa Minha Vida para a melhoria da qualidade de vida da população que mais precisa. “As unidades habitacionais, em sua maioria, estão destinadas ao segmento que representa mais de 90% do déficit habitacional e que não tem acesso à moradia digna por meio de financiamentos convencionais”. Segundo a CEF, 1,7 milhão dos 4,2 milhões de imóveis contratados desde o início do programa em 2009 contemplaram famílias com renda mensal inferior a R$ 1,6 mil em todas as regiões do Brasil.