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sexta-feira, 17 janeiro, 2025

Milhares marcham na Argentina pela libertação de dirigente social

Buenos Aires, (Prensa Latina) Milhares de pessoas marcharam mesta segunda-feira (18) até a Praça de Maio onde se reuniram para exigir a libertação da dirigente social Milagro Sala, líder do movimento político social argentino Tupac Amaru.

Organizações políticas, sindicais e sociais, organismos de direitos humanos e adeptos convocaram a mobilização em defesa de Sala. A partir de 17:00 horas (local) começou a marcha pela Avenida de Maio e Diagonal Norte em direção à histórica praça.

A dirigente política-social jujenha e deputada ao Parlasul pela Frente para la Victoria (FpV) foi detida no último sábado por liderar um protesto na capital de Jujuy.

A acusação que alegou o governador de Jujuy, Gerardo Morales, para a detenção foi a de suposta incitação à violência e tumulto quando na realidade Sala convocou a um acampamento pacífico na praça Belgrano em frente à Administração jujenha.

A manifestação foi convocada para protestar contra as mudanças impostas por Morales no sistema e programa de cooperativas nessa província, que gerou uma forte disputa política entre Sala e Morales, do partido radical porém aliado ao Cambiemos com o presidente Mauricio Macri.

Dirigentes do movimento Tupac Amaru, que tem sua base central em Jujuy, informaram nesta segunda-feira que não abandonarão a Praça Belgrano até que libertem Sala.

A deputada ao Parlasul encontra-se em greve de fome na prisão onde está detida e o governador provincial disse que apresentará novas denúncias contra Sala, o que partidários da líder social denunciam ser uma campanha dirigida à desacreditá-la.

“Prender uma pessoa e não libertá-la até que se suspenda uma manifestação como exige Morales é um sequestro judicial ilegal e uma mensagem para amedrontar o povo trabalhador que hoje sofre um importante ajuste e demissões”, afirmou a deputada nacional Myriam Bregman.

O bloco de deputados nacionais do FpV ofereceu ontem uma coletiva de imprensa para manifestar seu rechaço à prisão de Sala em Jujuy, ação que consideram arbitrária e ilegal.

Os legisladores denunciaram que a detenção da dirigente e deputada do Parlasul se inscreve “no marco da repressão ao protesto social que está levando adiante o governador Gerardo Morales”, segundo informou a agência Noticias Argentinas.

As duas alas que integram a Central de Trabalhadores da Argentina apoiaram a mobilização para exigir “a imediata libertação de Milagro Sala e o fim da perseguição a militantes e lutadores sociais”, como manifesta a convocação.

Em declarações ao canal CN23, o advogado da organização Tupac Amaru, Luis Paz, assegurou que não existem provas para a prisão de Sala. “Passa de 48 horas retida em uma causa política, posto que os elementos que estão no expediente não justificam esta detenção arbitrária e ilegal.

A abrupta detenção da dirigente do Tupac Amaru gerou também reações de organismos internacionais sobre a prisão de uma deputada de um órgão legislativo regional.

Tanto o Parlasul como a OEA manifestaram preocupação pela prisão de Sala sob a acusação de “instigação a cometer delitos” e “tumulto” devido ao acampamento que realizam em frente à administração jujenha em reclame das mudanças no sistema de cooperativas.

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