Buenos Aires, (Prensa Latina) Milhares de pessoas marcharam mesta segunda-feira (18) até a Praça de Maio onde se reuniram para exigir a libertação da dirigente social Milagro Sala, líder do movimento político social argentino Tupac Amaru.
Organizações políticas, sindicais e sociais, organismos de direitos humanos e adeptos convocaram a mobilização em defesa de Sala. A partir de 17:00 horas (local) começou a marcha pela Avenida de Maio e Diagonal Norte em direção à histórica praça.
A dirigente política-social jujenha e deputada ao Parlasul pela Frente para la Victoria (FpV) foi detida no último sábado por liderar um protesto na capital de Jujuy.
A acusação que alegou o governador de Jujuy, Gerardo Morales, para a detenção foi a de suposta incitação à violência e tumulto quando na realidade Sala convocou a um acampamento pacífico na praça Belgrano em frente à Administração jujenha.
A manifestação foi convocada para protestar contra as mudanças impostas por Morales no sistema e programa de cooperativas nessa província, que gerou uma forte disputa política entre Sala e Morales, do partido radical porém aliado ao Cambiemos com o presidente Mauricio Macri.
Dirigentes do movimento Tupac Amaru, que tem sua base central em Jujuy, informaram nesta segunda-feira que não abandonarão a Praça Belgrano até que libertem Sala.
A deputada ao Parlasul encontra-se em greve de fome na prisão onde está detida e o governador provincial disse que apresentará novas denúncias contra Sala, o que partidários da líder social denunciam ser uma campanha dirigida à desacreditá-la.
“Prender uma pessoa e não libertá-la até que se suspenda uma manifestação como exige Morales é um sequestro judicial ilegal e uma mensagem para amedrontar o povo trabalhador que hoje sofre um importante ajuste e demissões”, afirmou a deputada nacional Myriam Bregman.
O bloco de deputados nacionais do FpV ofereceu ontem uma coletiva de imprensa para manifestar seu rechaço à prisão de Sala em Jujuy, ação que consideram arbitrária e ilegal.
Os legisladores denunciaram que a detenção da dirigente e deputada do Parlasul se inscreve “no marco da repressão ao protesto social que está levando adiante o governador Gerardo Morales”, segundo informou a agência Noticias Argentinas.
As duas alas que integram a Central de Trabalhadores da Argentina apoiaram a mobilização para exigir “a imediata libertação de Milagro Sala e o fim da perseguição a militantes e lutadores sociais”, como manifesta a convocação.
Em declarações ao canal CN23, o advogado da organização Tupac Amaru, Luis Paz, assegurou que não existem provas para a prisão de Sala. “Passa de 48 horas retida em uma causa política, posto que os elementos que estão no expediente não justificam esta detenção arbitrária e ilegal.
A abrupta detenção da dirigente do Tupac Amaru gerou também reações de organismos internacionais sobre a prisão de uma deputada de um órgão legislativo regional.
Tanto o Parlasul como a OEA manifestaram preocupação pela prisão de Sala sob a acusação de “instigação a cometer delitos” e “tumulto” devido ao acampamento que realizam em frente à administração jujenha em reclame das mudanças no sistema de cooperativas.