© AFP 2017/ Francisco Cobos
Uma pesquisa recente do Sistema Nacional de Segurança Pública do México indica que maio foi o mês mais violento no país, com 2.186 assassinatos em 31 dias.
Isso significa que uma pessoa foi morta a cada 20 minutos.
“Este é um fracasso absoluto da política de segurança pública [do presidente mexicano Enrique] Peña Nieto”, disse o analista de segurança mexicano, Alejandro Hope, ao Buzzfeed, referindo-se às medidas do presidente para reprimir os cartéis da droga. O especialista culpouo a política de Nieto pelo aumento da violência no país.
Alguns especialistas também afirmaram que o vácuo na liderança, criado pela captura do líder do cartel de Sinaloa, Joaquin “El Chapo” Guzman, provocou uma guerra entre as facções no território do sindicato.
O estado de Sinaloa registrou 184 assassinatos em maio, incluindo o assassinato, a luz do dia, de Javier Valdez, um jornalista veterano, conhecido por sua cobertura das atividades do crime organizado.
O procurador Juan José Rios classificou a morte de Valdez de “um ataque ao jornalismo independente, não apenas em Sinaloa, mas no México como um todo”.
“O retorno às taxas de homicídio de 2011 é um momento simbólico”, observou um estudo internacional sobre os países envolvidos em conflitos armados, publicado pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos(IISS), sediado em Londres. “O presidente Enrique Peña Nieto, no início de sua administração, prometeu uma abordagem menos militarizada para a luta contra os cartéis de droga”, observou o estudo.
“Peña Nieto está longe de cumprir seu plano original de reduzir a presença militar nas ruas. Pelo contrário, a solução para a crise de segurança recorrente foi o envio de forças federais, muitas vezes militares, no lugar das ineficientes forças de polícia locais, mal equipadas e muitas vezes corrompidas”, lamentou o documento do IISS.
O estudo sugere que a política do presidente Peña Nieto ajudou a tornar o México um dos países mais violentos do mundo, perdendo apenas para a Síria.
A Cidade do México refutou o relatório do IISS como “incorreto”, afirmando em uma declaração que “a existência de grupos criminosos não é um critério suficiente para falar de um conflito armado não internacional. Nem o uso das Forças Armadas para manter a ordem no interior do país”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, todavia, aproveitou a ocasião para escalar as tensões através de sua conta no Twitter.
“O México acabou de se tornar o segundo país mais perigoso do mundo, depois apenas da Síria. O comércio de drogas é em grande parte a causa. Construiremos O MURO!”, declarou Trump.
Sputnik