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sexta-feira, 6 dezembro, 2024

Mandar os malditos embora. No primeiro ou segundo turno: vitória.

Emiliano José
Desejos, essenciais na luta política.
Mas não bastam.
Se forem apenas fruto da vontade, se não vierem acompanhados da análise da conjuntura, análise larga e sensível, não são bons conselheiros.
Alguém, do campo da esquerda, amplo senso, seria contra a vitória de Lula no primeiro turno?
Evidentemente, não.
Sei da existência de alguns companheiros a preferir a eleição decidida no segundo turno.
Alguns, dedicados à candidatura de uma Simone Tebet, por exemplo.
Ela teria inclinação, imagina-se, a apoiar Lula no segundo turno, e poderia se irritar com a campanha pelo voto útil.
Talvez.
Eu próprio, pudesse decidir, não endossaria campanha pelo voto útil.
Ela surgiria espontaneamente.
Tentação inevitável entre os da linha de frente, nas redes sociais, na militância.
Minha preocupação não é principalmente tal campanha irritar alguém.

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E sim porque, derrotada, poderia jogar um balde de água fria na campanha de Lula.
Com sinceridade, e gostarei muito de ser contrariado, acho muito difícil Lula ganhar no primeiro turno.
Há um congelamento das diversas candidaturas.
Lula, firme na frente.
O principal adversário, seguro no segundo lugar
E os da terceira via.
Ciro, empacado.
Simone Tebet, crescimento, empatada com Ciro.
O resto, não vale muito, digo do ponto de vista da disputa eleitoral.
Lula, claro, ali encostado, quase chegando aos 50% mais um.
Bom, se acontecer.
Mas, e se não?
Tenho dito: nós temos uma candidatura, a de Lula, com todas as condições de ganhar essa eleição, e ganhando iniciar uma nova fase na história do Brasil, de face rigorosamente democrática.
Essa a mensagem a passar.
Ganhar no primeiro, ótimo.
Se não, a luta continua.
Unir então todos os setores democráticos, ampliar a frente política, e vencer.
Nada de outubro ou nada.
É palavra de ordem ruim, negativista.
Pra que essa agonia?
Pra que esse desespero?
Deixemos as águas decantarem, e sigamos em frente.
Na linha de a luta continua.
O segundo turno nos será francamente favorável, se acontecer.
Todas as pesquisas, e as ruas, indicam isso.
Por isso, vamos com disposição e coragem para o primeiro turno.
Sem medo de ser feliz.
E pro segundo, também, caso ocorra.
Sem medo de ser feliz.
E certos da vitória.
E certos porque há um inegável ânimo no coração do povo brasileiro, destinado a sepultar esse tempo sombrio, e iniciar uma nova etapa na vida brasileira.
O povo brasileiro às vezes demora um pouco pra decidir.
Não gosta de dar murro em ponta de faca.
Quando decide, no entanto, segue em frente, a prenunciar nova hegemonia, depois da chegada dos monstros citados por Gramsci.
Gosto muito dessa visão sobre a crise do grande comunista italiano:
“O velho mundo agoniza, um novo mundo tarda a nascer, e, nesse claro-escuro, irrompem os monstros”.
Em 2018, Brasil sacudido por um golpe dois anos antes, pela prisão do candidato favorito, Lula, numa articulação de Moro com o candidato dele, engendrada uma crise, venceu a extrema-direita, com todas as consequências.
Vivíamos, desde 2013, sob um ataque concentrado das forças conservadoras, articulado interna e externamente, a desaguar no golpe de 2016, e depois, sob cenário tumultuado, sobretudo Lula preso, vencem as forças obscurantistas, e aqui não há qualquer reforço retórico.
O obscurantismo tomou conta do País.
Um governo genocida – a pandemia não nos deixa mentir.
A libertação de Lula, comprovada a inocência dele, no final de 2019, depois de 580 dias na prisão, comprovada a ação política de Operação Lava Jato, a cumplicidade de Moro com o atual presidente, abriu novos horizontes.
O povo brasileiro compreendeu isso.
E seguirá até o fim.
Determinado.
É assim com nosso povo: depois de decidir, ninguém o segura.
Por isso, vamos caminhar com firmeza e serenidade.
Sem qualquer desespero.
No primeiro ou no segundo turno, vamos vencer.
E assim mandar os malditos embora.

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