Por Deisy Francis Mexidor
Havana, (Prensa Latina) Malcolm X foi um dos mais prolíficos líderes dos movimentos afro-americanos pela liberdade e direitos humanos, disse a advogada Rosemari Mealy ao lembrar hoje o 57º aniversário de seu assassinato em Nova York.
Embora alguns meios de comunicação corporativos nos Estados Unidos tenham se recusado a admiti-lo, El-Hajj Malik El-Shabazz, como também era conhecido, foi uma das maiores e mais influentes figuras da história do meu país, disse o Dr. Mealy a Prensa Latina.
Em uma entrevista via WhatsApp, o autor do livro Fidel e Malcolm X, Memórias de um Encontro (Black Classic Press/Letras Cubanas) referiu-se à necessidade de proteger o legado de Malcolm para as gerações presentes e futuras.
“Os ensinamentos que herdamos dele são como ferramentas de libertação”, disse ele, enfatizando que com “palavras e ações Malcolm mostrou que os homens não podem ser desumanizados por causa da cor de sua pele”.
Ele nasceu em Omaha, Nebraska, em 19 de maio de 1925 com o nome dado Malcolm Little, que mais tarde decidiu mudar para o X que aludia ao sobrenome desconhecido dos escravos, argumentou ele.
Com relação ao livro, Mealy explicou que ele foi o resultado de uma conferência organizada pela instituição cubana Casa de Las Américas de 22 a 24 de maio de 1990.
“Foi-me pedido que o escrevesse usando os anais da conferência e entrevistas em primeira mão e tentei fazer isso, porque o texto reflete a memória daqueles que testemunharam ou estiveram envolvidos de alguma forma de nossos dois países”, disse ele.
Nunca conheci Malcolm, mas há testemunhos em primeira mão de pessoas que, com exceção de uma ou duas, não estão mais aqui”, confessou o jornalista, que recebeu em 2016 a Medalha da Amizade concedida pelo Conselho de Estado da República de Cuba sob proposta do Instituto Cubano de Amizade com os Povos.
O texto compilou em suas páginas as boas-vindas do líder negro ao presidente cubano Fidel Castro e à delegação cubana que participou da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, em setembro de 1960.
Quando Fidel e seus companheiros foram recusados de alojamento no Hotel Manhattan, Malcolm os convidou para ir à Theresa, de propriedade de um amigo afro-americano no Harlem, onde – como ele lhe garantiu – seriam recebidos de braços abertos e de coração aberto.
Para Mealy, foi da maior importância registrar este evento histórico, sobre o qual pouco se sabia, e para a juventude cubana e mundial aproximar-se um pouco mais da vida de dois grandes homens.
Em 21 de fevereiro de 1965, no salão de baile Audubon em Manhattan, Malcolm X falava em uma reunião da Organização de Unidade Afro-Americana quando foi baleado pelo menos 16 vezes no peito.
Apesar dos diferentes relatos de onde veio a ordem para eliminá-lo, o Escritório de Planos da CIA, a divisão envolvida no derrube e assassinato de vários governantes do Terceiro Mundo, já estava inquieto com Malcolm X e espionou suas atividades até o dia de sua morte.
No ano passado, surgiram novas evidências do crime contra o ativista dos direitos civis, apontando para a polícia de NY e para o FBI.