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quarta-feira, 18 setembro, 2024

Maduro defende a soberania da Venezuela diante de Biden, Lula e Petro

Após as reações dos presidentes dos Estados Unidos, Brasil e Colômbia aos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, destacou na quinta-feira que o seu país “não lida com a diplomacia do microfone”, destacando que “ cada presidente sabe, cada estado, cada país sabe o que deve fazer com os seus assuntos internos.”

Ao referir-se aos diálogos entre Caracas e Bogotá sobre as negociações de paz na Colômbia, Maduro sublinhou que nunca praticaria a diplomacia do microfone com a Colômbia. “Nunca, nunca farei isso”, acrescentou.

Da mesma forma, enfatizou que a Venezuela é garante da paz e nunca opinará sobre o que a Colômbia deve fazer para superar a guerra que é terrível e se agrava. “Não, nunca direi: a Colômbia, o seu governo deve fazer isto, isto, isto e publicar conselhos nas minhas redes sociais”, acrescentou.

Reiterou que apenas os venezuelanos deveriam determinar o futuro do seu país, livre de interferências externas.

“A Venezuela tem soberania, é um país independente e com Constituição, e quaisquer conflitos de qualquer natureza que existam no país são resolvidos entre os venezuelanos, com as suas instituições e as suas leis”, afirmou.

Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro alertou sobre um plano imperialista para levar o país a uma situação de guerra civil.

Os EUA desenvolvem diplomacia intervencionista

Ao aludir às alegações do presidente dos EUA, Joe Biden, relativamente aos resultados das eleições na Venezuela, Maduro explicou que o país norte-americano desenvolve uma diplomacia “imperial” e “intervencionista”.

“Rejeito total e absolutamente que o Governo dos Estados Unidos pretenda tornar-se a autoridade eleitoral da Venezuela” ou de qualquer outra nação do mundo, disse Maduro, instando a Administração Biden a concentrar-se nos “muitos problemas” que o seu próprio país tem.

Quando questionado por repórteres se apoiava novas eleições na Venezuela, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse “sim” na quinta-feira, mas mais tarde naquele dia, a Casa Branca recuou do aparente apelo do presidente para convocar novas eleições na Venezuela depois que seu comentário gerou. críticas de Maduro. 

“O presidente Biden declarou, de forma intervencionista, sobre os assuntos internos da Venezuela (…) e, meia hora depois, alguns porta-vozes negaram. (…) Afinal, quem manda nos Estados Unidos?”

Venezuela condenou a violência do fascismo no Brasil

Noutra parte da sua intervenção, Maduro destacou que, depois das eleições no Brasil, o antigo presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro emitiu acusações de fraude e no final o Tribunal daquele país decidiu.

“Não saiu ninguém da Venezuela, do nosso Governo nem de ninguém, e acredito que no mundo pedir qualquer coisa, se o Tribunal decidir, palavra sagrada Tribunal do Brasil. É uma questão do Brasil, então no dia 8 de janeiro surpreenderam com uma tentativa de golpe de Estado, um assalto aos poderes públicos e o que se fez a partir da Venezuela foi condenar a violência do fascismo”, frisou.

No dia 29 de julho, depois de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela ter anunciado a vitória do candidato do Grande Pólo Patriótico, Nicolás Maduro, com 52 por cento dos votos, iniciou-se um processo de desestabilização no país promovido pela extrema-direita, que o acusou de fraude e não reconheceu os resultados.

Na última sexta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) declarou que o ex-candidato presidencial, Edmundo González Urritia, não apresentou provas eleitorais ao tribunal. 

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