César Fonseca
Caiu por terra a meta inflacionária restritiva que produzia a armadilha dos juros altos e os lucros fabulosos do mercado financeiro, enquanto o governo ficava de pés e mãos amarrados, impedido de adotar políticas de desenvolvimento nacionalista sustentável, com prioridade aos investimentos em educação, saúde, transportes, infraestrutura etc.
Ao concordar com a alteração da meta de inflação, excessivamente, baixa, na casa dos 3,25% para outra, superior a 3,75%, que permita alcançar um patamar próximo de 6% ao ano, o BC, sob comando do neoliberal Campos Neto, reconhece estar sendo o empecilho para o país sair da recessão e voltar ao crescimento com melhor distribuição da renda.
Lula, a partir de agora, tem espaço para respirar.
Retomará política de empregos e salários valorizados para oxigenar o consumo e o mercado interno.
É a alternativa racional capaz de permitir ao país, com elevação do nível geral de atividades, aumentar arrecadação e investimentos.
Altera-se, quantitativa e qualitativamente, a conjuntura, abrindo-se às novas expectativas, que levam os empresários a investir, por ver no horizonte econômico a denominada eficiência marginal do capital, ou seja, o lucro, retorno satisfatório ao seu capital aplicado, sabendo que haverá consumidor para destruir as mercadorias colocadas em circulação.
Esse panorama estava obscurecido, porque as restrições monetárias impostas pelo BCI, via metas inflacionárias, excessivamente, baixas, sinalizavam movimentos contrastantes e contraditórios, explosivos, isto é, deflação na produção de bens e serviços, e inflação especulativa financeira no endividamento público sem correspondência na produção e emprego.
Era a fórmula estabelecida pelo monetarismo que jogava a conjuntura na sua completa financeirização econômica, diante da qual o crescimento do PIB jamais ultrapassaria a casa dos 1,5%.
Já, neste ano, a previsão é a de PIB na casa insignificante de 0,8%, com renda per capita cadente, crescendo, também, abaixo de 1% anual, com a qual a recessão caminharia para a estaginflação asfixiante.
NOVAS EXPECTATIVAS


