“Felicito os legisladores que procuram limpar o poder judicial da corrupção”, disse o presidente durante a sua habitual conferência de imprensa, depois de os parlamentares terem dado esta quarta-feira a sua aprovação à proposta na generalidade e em particular ao seu envio ao Senado.
O que se trata é que o povo elege juízes, magistrados e ministros como elege deputados locais, governadores, senadores, o Presidente da República… é a mesma coisa, afirmou.
Ao referir-se aos que se opõem à iniciativa, considerou que não têm fundamento moral, uma vez que é de domínio público e a maioria dos mexicanos sabe que “a corrupção prevalece” nesse poder.
Quanto aos recursos de proteção apresentados por juízes com o objetivo de impedir a discussão do projeto no Congresso, o presidente sustentou que são inválidos e qualificou-os de “interferência desesperada”.
“Como é que um juiz vai parar, com que base jurídica ele para um processo no Legislativo, questionou o governante, apontando que por lei é competência do parlamento reformar a Carta Magna e a Lei do Amparo não pode ser?” aplicado quando se trata de um processo de reforma constitucional.
“Eles estão num plano para querer atrapalhar a vida pública do país, causar instabilidade. Bem, não. Nada vai acontecer, nada está acontecendo”, porque o México é um povo muito consciente e politizado, expressou.
Ao mencionar as razões para promover a reforma, López Obrador apontou repetidamente que o poder judicial está sequestrado e ao serviço de uma minoria voraz, dominada pelo crime organizado e de colarinho branco.
A proposta visa pôr fim ao tráfico de influência que permeia aquele poder autónomo e que tem possibilitado a libertação de criminosos e outras irregularidades, queixa com a qual a maioria dos cidadãos concorda, segundo sondagens.
Entre outros pontos, a iniciativa contempla a criação de um Tribunal Judicial Disciplinar como autoridade independente do Supremo Tribunal Federal, e que a remuneração dos servidores desse poder não pode ser superior à do Presidente da República.