© Evaristo Sá
Sputnik – Para eurodeputada alemã, “assassinatos são também uma consequência da difamação dos ativistas humanos e ambientais pelo presidente Bolsonaro”. No Brasil, aliados do presidente dizem que declarações do mesmo sobre o caso não foram propícias.
Após a triste notícia divulgada ontem (15) de que o indigenista, Bruno Pereira, e o jornalista britânico, Dom Phillips, foram assassinados no Amazonas, autoridades nacionais e internacionais começara a se posicionar sobre o assunto.
De acordo com a coluna de Jamil Chade no portal UOL, a eurodeputada alemã e vice-presidente da Delegação do Parlamento Europeu para o Brasil, Anna Cavazzini, deixou claro que as mortes de Pereira e Phillips terão um impacto direto na relação já deteriorada do país com o bloco europeu. A autoridade ainda sugeriu que a violência é resultado direto do comportamento do presidente, Jair Bolsonaro (PL).
“As mortes do jornalista Dom Phillips e do ativista dos direitos indígenas Bruno Pereira são notícias terríveis. As autoridades brasileiras devem investigar imediatamente os antecedentes destes assassinatos e levar os responsáveis à Justiça. […] Estes assassinatos são também uma consequência da difamação dos ativistas humanos e ambientais pelo presidente Bolsonaro e do desmantelamento da legislação ambiental e de direitos humanos”, denunciou.
Cavazzini é a presidente da Comissão de Comércio e Globalização do Parlamento e uma das principais vozes de questionamento em relação ao acordo Mercosul-UE.
Para eurodeputada, a questão vai além da morte dos dois homens: “Este e o futuro governo brasileiro devem fazer todos os possíveis para assegurar que os ativistas dos direitos humanos, ambientais e climáticos sejam mais bem protegidos no futuro”, completou.
Aliados de Bolsonaro acham que presidente errou
No Brasil, ministros das alas militar e política, aliados do presidente e ouvidos hoje (16) pela coluna de Bela Megale em O Globo, consideram que Bolsonaro errou ao fazer afirmações como as que Phillips era “malvisto” na região onde desapareceu e que deveria ter “redobrado a atenção consigo próprio” antes de fazer uma “excursão”. Além disso, o mandatário destacou que ele e Bruno saíram para uma “aventura não recomendada”.
Para esses integrantes do governo, esse é o “momento de Bolsonaro demonstrar solidariedade às famílias e não de culpá-los“. Eles apontam que o presidente anda em uma “fase difícil” e que tem se posicionado de maneira negativa em diferentes frentes.
As falas do chefe do Executivo brasileiro foram intensamente repudiada por organizações jornalísticas e indigenistas, já que Bruno e Dom estavam no local para realizar um trabalho de denúncia e tinham amplo conhecimento técnico sobre a região.