Beto Almeida*
Embora tardia, merece ser comemorada a libertação do Almirante Othon Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear e o mais importante cientista nuclear do Brasil, que deve a ele o desenvolvimento de tecnologias capazes de dotar o país de submarinos movidos a propulsão nuclear.
Qualquer país com a riqueza que o Brasil possui em sua plataforma marítima, como é o caso das imensas reservas de petróleo pré-sal, tem por obrigação desenvolver uma capacidade de defesa à altura de suas riquezas. Sem o que, não existirá soberania sobre estas riquezas.
O Almirante Othon, sempre espionado pela CIA, foi condenado, sem provas, e aos 78 anos, a uma descabida pena de 43 anos de prisão. Certamente, uma condenação política, ou seja, culpado de defender o Brasil e o povo brasileiro.
A existência de cientistas militares como o Almirante, bem como aqueles que construíram o Programa Espacial Brasileiro e muitos outros programas visando dar ao Brasil independência tecnológica e capacidade soberana num mundo convulsionado e marcado pelo intervencionismo militar de grandes potências imperiais, indicam a necessidade das forças progressistas e democráticas desenvolverem um diálogo nacional que inclua os militares num projeto democrático e soberano de Nação. Em geral, todos estes programas foram construídos em oposição aos interesses dos EUA.
Aliás, tal linha de desenvolvimento já está formulada na Estratégica Nacional de Defesa, aprovada e implementada durante o Governo Lula, quando o orçamento militar recebeu reforço e os programas essenciais, como o do Submarino Nuclear e a Indústria Naval, foram firmemente apoiados. Isto ajuda a entender as razões da injusta perseguição ao Almirante.
Beto Almeida é diretor da Telesul no Brasil
Recomenda-se ler o documento Estratégia Nacional de Defesa LINK