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sexta-feira, 29 março, 2024

A libertação do Almirante Othon e a independência tecnologia brasileira

Beto Almeida*

Embora tardia, merece ser comemorada a libertação do Almirante Othon Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear e o mais importante cientista nuclear do Brasil, que deve a ele o desenvolvimento de tecnologias capazes de dotar o país de submarinos movidos a propulsão nuclear.

Qualquer país com a riqueza que o Brasil possui em sua plataforma marítima, como é o caso das imensas reservas de petróleo pré-sal, tem por obrigação desenvolver uma capacidade de defesa à altura de suas riquezas. Sem o que, não existirá soberania sobre estas riquezas.

O Almirante Othon, sempre espionado pela CIA, foi condenado, sem provas, e aos 78 anos, a uma descabida pena de 43 anos de prisão. Certamente, uma condenação política, ou seja, culpado de defender o Brasil e o povo brasileiro.

A existência de cientistas militares como o Almirante, bem como aqueles que construíram o Programa Espacial Brasileiro e muitos outros programas visando dar ao Brasil independência tecnológica e capacidade soberana num mundo convulsionado e marcado pelo intervencionismo militar de grandes potências imperiais, indicam a necessidade das forças progressistas e democráticas desenvolverem um diálogo nacional que inclua os militares num projeto democrático e soberano de Nação. Em geral, todos estes programas foram construídos em oposição aos interesses dos EUA.

Aliás, tal linha de desenvolvimento já está formulada na Estratégica Nacional de Defesa, aprovada e implementada durante o Governo Lula, quando o orçamento militar recebeu reforço e os programas essenciais, como o do Submarino Nuclear e a Indústria Naval, foram firmemente apoiados. Isto ajuda a entender as razões da injusta perseguição ao Almirante.

Beto Almeida é diretor da Telesul no Brasil

Recomenda-se ler o documento Estratégia Nacional de Defesa LINK

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