México, 4 jan (Prensa Latina) O jornal La Jornada defendeu em seu editorial hoje o direito de asilo de Julián Assange, fundador do WikiLeaks, que sofre de graves problemas de saúde, como documentaram várias testemunhas.
O jornal mexicano lembrou que em sua primeira conferência matinal deste ano, o upresidente Andrés Manuel López Obrador revelou que nos últimos dias do governo Donald Trump (2017-2021) pediu-lhe por escrito que fossem tiradas as acusações que inventaram contra ele a justiça dos Estados Unidos.
Reiterou a oferta de seu governo de fornecer asilo ao jornalista australiano, também, considerou que Washington “deve agir com humanismo” dado o fato de que “Assange está doente e seria uma demonstração de solidariedade dar-lhe asilo no país em que ele decidiu viver “.
Lembrou que Assange está detido em uma prisão de Londres aguardando a decisão da Suprema Corte do Reino Unido sobre um recurso da defesa para impedir sua extradição para os Estados Unidos, onde enfrentaria 18 acusações e uma pena de 175 anos em prisão, e submetido a condições de prisão que agravam sua saúde debilitada.
“Ao contrário do que as representações da superpotência faria você acreditar, o jornalista processado não é um espião nem um cibercriminoso, mas um indivíduo que decidiu expor os segredos mais sórdidos de vários governos com informações obtidas por meio de vazamentos digitais”, disse ele.
Assim, explica tudo o que concerne ao caso para prová-lo, como em 2010, quando o WikiLeaks divulgou ao mundo documentos que comprovavam crimes contra a humanidade pelas forças norte-americanas e seus aliados nas guerras do Afeganistão e do Iraque.
No ano seguinte, o ativista entregou a vários meios de comunicação de todo o mundo -entre eles La Jornada- os chamados “telegramas do Departamento de Estado” que revelavam as práticas diplomáticas inescrupulosas e intrometidas de Washington em vários países.
Na preparação jornalística deste material, este jornal publicou, por exemplo, reportagens do ex-embaixador dos Estados Unidos Tony Garza, nas quais se gabava de ter desempenhado um papel central na consolidação de Felipe Calderón na presidência.
Também um despacho que documenta a oferta feita pelo então Secretário de Segurança Pública, Genaro García Luna (prisioneiro e julgado nos Estados Unidos), ao ex-Secretário de Segurança Interna do país vizinho, Michael Chertoff, para lhe dar “pleno acesso “a todas as informações da inteligência mexicana.
É claro que o desejo do governo dos Estados Unidos de perseguir Assange não responde a um zelo no combate aos crimes comuns, mas a um plano de vingança pelo descrédito que suas instituições experimentaram com as revelações do WikiLeaks, concluiu o La Jornada.