A organização, que tem como um dos promotores a Organização Mundial da Saúde (OMS), recebeu “perto de 7 milhões de dólares como adiantamento para vacinas contra a doença, que deveriam ter chegado o mais rapidamente possível num período de emergência devido à pandemia”. ”, acrescentou o jornal.
“Não só os danos económicos, mas também vidas humanas são consequências da confiança cega na referida plataforma”, acrescentou esta segunda-feira a publicação num comentário intitulado “Covax: 20 mil paraguaios mortos e um povo enganado”.
A organização, co-liderada com a OMS pela Aliança Gavi para Vacinas e pela Coligação para a Promoção de Inovações para a Preparação para Epidemias, “não cumpriu a distribuição, a tal ponto que o primeiro grande grupo de pessoas imunizadas foi obra de de uma doação”, enfatizou HOJE.
“Mais tarde, quando a emergência já não existia – acrescentou a fonte – a Covax enviou um pequeno lote e ficou um saldo de 5,6 milhões de dólares a favor do Paraguai”.
O prazo para a instituição da OMS cumprir este acordo expirou em 14 de setembro – lembrou o jornal – e agora Assunção recorrerá à arbitragem internacional para reclamar o dinheiro, em memória das 20 mil mortes provocadas pelo coronavírus.
A publicação também citou a denúncia feita em 15 de setembro pelo Procurador-Geral da República, Marco Aurelio González, contra a entidade criada para o acesso equitativo às vacinas contra a Covid-19 para todas as nações, que apelou “para compreender a situação e assumir a responsabilidade”.
O líder da Procuradoria-Geral da República citou dados do Ministério da Saúde sobre o fato de o Paraguai naquele momento da pandemia de Covid-19 registrar “o maior índice de mortes e o menor número de vacinados, enquanto outros países receberam os injetáveis , apesar do pagamento em dia e na forma da nação guarani.” O Paraguai sustenta – sublinhou – que estes fundos devem ser reembolsados porque se trata de dinheiro que não teve contrapartida, “já que as vacinas não chegaram ao país no prazo acordado”.
A Procuradoria-Geral da República considerou ajuizar a ação judicial contra a Covax depois que o caso for resolvido por meio de arbitragem internacional, como uma das opções para resolver em nível local o que descreveu como um “fiasco” dos 5,6 milhões de dólares “que o Paraguai desembolsou para mudar de nada.”
O órgão local propôs recorrer a estes órgãos de mediação jurídica na ausência de acordo com a OMS, mas alertou que, a nível local, “o Governo não irá encobrir ninguém”.
“Não vamos ser cúmplices de nada – sublinhou o procurador-geral – e se tivermos que reclamar e exigir a responsabilidade de pessoas A ou B, fá-lo-emos, após a resolução arbitral deste conflito”.