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Sputnik – A Interpol emitiu alerta vermelho para prisão do ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahidi. O caso acontece no âmbito do atentando a bomba na Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em Buenos Aires em 1994. O ataque deixou 85 mortos e centenas de feridos.
A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) aceitou a solicitação do governo de Javier Milei e emitiu o alerta vermelho, quando o acusado é procurado por homicídio qualificado e danos, contra o ministro em uma ação divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina na quarta-feira (24).
Em resposta, o porta-voz do ministério iraniano, Nasser Kanaani, disse que se trata de uma “medida desajeitada, desprovida de qualquer base legal e judicial”, de forma a impedir o “curso da investigação para se descobrir a verdade”, disse o porta-voz, segundo a agência Tasnim.
Kanaani também “condenou veementemente a reiteração de pedidos ilegais baseados em mentiras” e destacou que o Irã “apoia que se faça justiça e que se persiga aqueles que, destruindo documentos, causaram sérias irregularidades no desenvolvimento do caso AMIA e que evitaram um castigo por esse incidente”, disse o porta-voz, citado pela mídia.
Por fim, Kanaani recomendou que as autoridades argentinas evitassem fazer acusações infundadas contra cidadãos de outros países e evitassem ser influenciadas pelas reivindicações dos inimigos das relações Teerã-Buenos Aires.
O aviso da Interpol ocorre quase duas semanas após o veredito da Câmara Federal de Cassação Penal da Argentina, o mais alto tribunal criminal do país, que culpabilizou o Irã pelo ato terrorista.
A deliberação também atribuiu o ataque contra a Embaixada de Israel na Argentina, em 1992, que deixou 22 mortos, ao país do Oriente Médio. Segundo a decisão dos juízes, os episódios procuravam cumprir “um desígnio político e estratégico” do Irã, afirma a revista Veja.
No artigo da mídia semi-estatal iraniana, é destacado que a “Argentina cultivou fortes laços com Israel sob o presidente Javier Milei, que emergiu como um fervoroso defensor do regime”.
“Milei apoiou as ações contínuas do regime israelense contra Gaza, em contraste com a maioria dos outros líderes latino-americanos que cortaram laços com o regime ou retiraram os seus enviados de Tel Aviv”, aponta a Tasnim.