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sexta-feira, 4 outubro, 2024

Homenagem póstuma a Fidel na Assembleia Legislativa da Bahia

Em sessão solene dirigida pelo deputado Marcelino Galo, oradores lembraram o legado de Fidel e criticaram o recrudescimento de embargo econômico a Cuba

Por: Dilton Santiago*

Uma Sessão Especial, na sexta-feira (24), lotou o Plenário da Assembleia Legislativa da Bahia. Proposta pelo deputado Marcelino Galo (PT), o evento marcou um ano da morte do Líder Cubano, Fidel Castro.

A homenagem póstuma, contou com a presença do embaixador cubano para o Nordeste, Rolando Gomes Gonzáles além de outras autoridades da América Latina e de outros países, a exemplo dos cônsules de Cuba, Portugal, Espanha, Grécia e Uruguai.

Abrindo a Sessão Especial, Marcelino Galo fez um breve relato da coragem e inteligência de Fidel, “que no dia  26 de julho de 1953, juntamente com outros 165 cubanos, executaram a tomada do quartel-general de Moncada, em Santiago de Cuba, e ao quartel de Cespedes, o plano consistia em armar o grupo e abrir caminho para derrotar o governo de Fulgencio Batista. O plano fracassou e o jovem advogado Fidel Alejandro Castro Ruz, ao sair da cadeia, dois anos depois, viajou para o México, onde encontraria com seu irmão Raul Castro e o médico Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como “Che” Guevara, juntos, formaram um grupo revolucionário denominado “Movimento 26 de julho. De volta a cuba, liderou uma guerrilha na Cidade de Serra Maestra, derrotando o exército do ditador Fugêncio Batista, e em 1959, assumiria definitivamente o poder como primeiro ministro de Cuba”.

Finalizando seu discurso, Galo, proferiu palavras de agradecimento à Consul Geral de Cuba, Laura Punjol, ausente na sessão, fez referência ao Programa Mais Médicos, que recebeu 843 médicos cubanos em 315 municípios baianos, o que mudou radicalmente a qualidade de vida da população pobre que viviam sem acolhimento nos municípios mais distantes. “Esta é uma contribuição verdadeiramente solidária e humana que nenhum outro País jamais deu ao nosso Estado”. Concluiu, sendo longamente aplaudido por todos que ocupavam o plenário.

Em seu discurso, o embaixador de Cuba, Rolando Gonzáles, agradeceu ao deputado pela Sessão Especial e lembrou que, “Salvador foi a cidade do Brasil mais visitada pelo comandante, Aqui ele sempre foi muito bem recebido e dessa cidade ele guardou um especial carinho, foi por esse carinho com a cidade que, no momento de decidir pela sede do consulado geral para o Nordeste, Fidel, optou por Salvador. “Nunca vamos esquecer as demonstrações de amizade que os baianos nutrem pelos Cubanos”

Embargo americano

Para o embaixador Rolando Gonzáles, Fidel Castro se constituiu em uma das personalidades mais marcantes do Século XX, um guerrilheiro de seu tempo. “Seus ideais permanecerão presentes, enquanto existir o capitalismo, enquanto existir saqueadores e exploradores da riqueza dos povos”, fazendo uma analogia ao embargo econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos, iniciado em Outubro de 1960 – afirmando que, pelo 25o ano consecutivo, a Organização das Nações Unidas, condena o bloqueio. Para o embaixador do país caribenho “as sanções impostas pelos americanos, constitui o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico e social de Cuba”. Visivelmente emocionado, terminou seu discurso com o grito: “Viva Cuba, viva Fidel, viva a revolução”.

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*Dilton Santiago é jornalista e esteve varias vezs em Cuba.

Discurso do jornalista José Reinaldo, Secretario de Relações Internacionais do PCdoB

Um ano da morte de Fidel

O companheiro Fidel, líder histórico da Revolução Cubana nos deixou há um ano, no dia 25 de novembro. O PcdoB envia ao companheiro Raúl Castro, primeiro secretário do PC de Cuba, a este Partido de vanguarda da Revolução Cubana e ao heroico povo da maior das Antilhas o nosso cálido abraço, a nossa solidariedade, ao lado da confiança de que seguirá a senda aberta por Fidel, o comandante invicto.

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Os povos do mundo, ao lado do povo cubano, sentem profundamente o desaparecimento físico do companheiro Fidel há um ano.

Fidel foi a personalidade mais lúcida de nossa época, a voz mais enérgica na denúncia dos crimes do imperialismo, o pensamento mais agudo a interpretar os gravíssimos problemas políticos e socioeconômicos e a orientar os povos em luta por liberdade, independência, autodeterminação, progresso social, justiça e pelo socialismo.

Inteiramente dedicado à batalha das ideias, da qual se assumiu como soldado, foi um líder seguido e cultivado por todos os que percorrem os difíceis caminhos para levar adiante a luta dos povos nas novas condições históricas.

Fidel defendeu princípios, visão estratégica, teve uma compreensão profunda sobre as causas dos graves problemas que afetam a humanidade: o sistema capitalista, o imperialismo, o sistema opressor e espoliador.

Fidel sempre foi impregnado pelo espírito revolucionário, o patriotismo, o anti-imperialismo, assimilou e desenvolveu o marxismo-leninismo e disso nunca se afastou. No momento em que Cuba arrostava as piores dificuldades, em que era brutal a ofensiva do imperialismo e terrível o bloqueio, Fidel comandou a resistência. Com pulso firme, segurou a bandeira, manteve Cuba no caminho do socialismo e comandou a continuidade histórica da Revolução.

Fidel foi um mestre no estudo da realidade concreta, na arte de apreender o sentido do momento histórico, na busca de soluções originais, de acordo com as peculiaridades nacionais, para os problemas de sua época. Marxista-leninista convicto, estudou a fundo também o pensamento de José Martí, o líder da luta pela independência de Cuba. Fundiu na sua obra e ação política o pensamento marxista-leninista e o martiano, e armado com esses pressupostos ideológicos educa com sua prédica a jovem geração.

Podemos afirmar sem risco de erro que na história da humanidade e da luta pela libertação dos povos de todo tipo de opressão e exploração, poucos líderes deram contribuição tão destacada como Fidel.

Entre estas contribuições, é indispensável ressaltar a Revolução Cubana, a defesa das suas conquistas, a épica luta contra o imperialismo, que tentou e tenta de todas as maneiras estrangular a nação, a solidariedade internacionalista com todos os povos, o exemplo edificante para o desenvolvimento da luta anti-imperialista na América Latina.

Fidel é o homem mais importante do século 20 cubano, do século 20 latino-americano e caribenho. E dos primeiros anos do século 21. Foi um gênio de dois séculos.

Gênio político, ser humano incomparável, fenômeno político e social, além de uma força da natureza, “essa força telúrica”, como disse o Che. Seu elemento sempre foi a luta, a rebelião, a resistência, a revolução, o otimismo e a fé na humanidade.

Sua obra teórica e prática transcende o tempo em que viveu e atuou.

Sendo libertador de sua Pátria e do seu povo, Fidel foi um exemplo para os povos, um internacionalista, lutou pela emancipação da Humanidade, contra a opressão, defensor da soberania nacional, da justiça, oponente resoluto do sistema imperialista.

As homenagens que recebe expressam a gratidão do seu povo, dos seus correligionários, dos seus camaradas e seguidores em todo o mundo, que com ele aprenderam valores políticos, ideológicos e éticos na luta por uma vida melhor para todos os seres humanos, em nome dos humildes, que são as vítimas da sociedade capitalista. Fidel seguiu a trilha do Apóstolo da independência e da liberdade de Cuba, José Marti: “Con los pobres desta tierra quiero jo mi suerte echar”. Por isso, homenagear o líder histórico do Partido Comunista de Cuba é também invocar a figura impoluta, reta e heroica de Martí, é reafirmar as razões da “guerra necessária”, que resultou triunfante décadas depois na Sierra Maestra.

Agudo, intenso e percuciente na batalha das ideias, Fidel ensina-nos a manter o primado da política e da ética revolucionárias. Absolvido pela História, convicto e confiante em que a História dará razão também aos povos, Fidel é o mestre e o exemplo vivo da resistência e das lutas. Mestre que nos ensina a vencer, legado maior de um combatente e comandante invicto.

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