A homenagem acontecerá às 18h30, horário local, na sede do Sindicato de Imprensa de Buenos Aires, nesta capital, e contará com a participação do secretário-geral dessa organização, Agustín Lecchi; a integrante do Venceremos-Partido dos Trabalhadores, Valeria Ianni; e o diretor de Resumo Latino-Americano, Carlos Aznárez, entre outros.
Masetti nasceu em 1929 na cidade de Avellaneda e, além de ser um dos fundadores desse meio de imprensa, deixou uma marca profunda na Argentina, Cuba e na América Latina.
Era uma alma inquieta, propensa ao místico, de preferência autodidata. Aos 15 anos descobriu o jornalismo como uma aventura e, embora não o soubesse, como um destino, afirmou a pesquisadora María Seoane (1948-2023) em seu livro Che, Masetti, Waslh, Prensa Latina.
Por sua vez, o escritor e professor Hernán Vaca garantiu que, pela sua trajetória profissional, pelo seu trabalho e pelos resultados da sua práxis comunicacional, deverá ocupar um lugar privilegiado na historiografia da comunicação política da região.
Foi um cronista de guerra que se tornou protagonista de uma Revolução que marcou a história do continente com sangue e fogo. Destacou-se pela condição de fundador da única agência de notícias internacional da América Latina que competia em seu próprio terreno com os grandes monopólios da informação, observou.
Em 1958, Masetti tornou-se o primeiro argentino a chegar à Sierra Maestra e entrevistar Ernesto Guevara (1928-1967) e Fidel Castro (1926-2016) como enviado especial da Rádio El Mundo.
A partir de então, sua vida ficou ligada a Cuba e um ano depois, após o triunfo dos rebeldes, convocou Rodolfo Walsh (1927-1977) para criar, junto com Che, uma agência de notícias a serviço da verdade, da qual seria seu primeiro diretor.
Assim nasceu em 16 de junho de 1959 a Prensa Latina, um projeto de comunicação de âmbito internacional com uma visão alternativa da realidade da região.
Os valores e sonhos de Masetti levaram-no a cumprir diversas missões e a entrar na selva de Oran para continuar a luta de guerrilha naquela zona fronteiriça com a Bolívia, de onde não podia sair.
Segundo a renomada escritora Stella Calloni, esta agência “é um exemplo de ética jornalística, porque respeita o direito das pessoas de receberem informações verdadeiras, num mundo onde o poder hegemônico se apodera da maior parte dos meios de comunicação de massa e das tecnologias, semeando mentiras. e ódio.”