“É incrível que eu tenha vencido. Concorri contra a paz, prosperidade e boa administração.” George W. Bush, em 14 de junho de 2001, em conversa com o primeiro-ministro da Suécia, Goran Perrson, citado por Michael Moore em Stupid White Men.
Confesso que errei. Não poderia imaginar que a candidata do Sistema Financeiro Internacional, a banca, fosse perder a eleição no país onde reside quase a metade das famílias dos “donos do mundo”.
Nos dois últimos séculos, mais precisamente desde o Congresso de Viena de 1815, a banca, exceto no período que vai da II Guerra Mundial até os choques do petróleo, manteve o domínio dos governos e o controle da economia mundial. Após a queda do Muro de Berlim, reinou sem qualquer controle, limite ou fiscalização. Isto reportam historiadores, economistas e financistas de seu próprio meio, como consta do recente livro de Mohamed El-Erian.
Hillary Clinton foi a candidata da banca. O apoio quase unânime dos veículos de comunicação de massa, lá e em todo mundo, formam uma robusta convicção. E, ainda mais, a “crise de 2008” já se esgotara e a banca estava necessitando outra crise, ainda mais forte desta vez, e era tão importante a garantia do governo norteamericano (ver El-Erian) que protelara sua erupção para a gestão da senhora Clinton.
Donald Trump procurava encarnar um dos diversos mitos que cercam a história dos Estados Unidos da América (EUA), a sociedade jeffersoniana. E, a julgar pelo que li e ouvi, pelos depoimentos colhidos nas ruas, foi plenamente exitoso. E agora?
O jornal Le Monde não nega seu medo ao dar o título de seu editorial: “A cólera ganhou”. Também diversas outras manifestações europeias vão no mesmo sentido de uma frase do diretor do Le Monde, Jérôme Ferroglio, naquele edital: Trump é um Brexit ao cubo.
Mas será que um milionário, um participante do sistema dos donos do mundo, teria o propósito de detoná-lo? Ou, ainda que o tivesse, o sistema político o permitiria?
A paz de Hillary, apoiadora da Guerra no Iraque, insufladora dos movimentos opositores ao governo sírio, declarada inimiga de Vladimir Putin, e, a julgar pelas divulgações dos supostos e-mails, implicada no financiamento do Estado Islâmico, ao lado de seu parceiro saudita, é, no mínimo, controvertida, para fazer de Trump a besta do apocalipse.
Mas, sem dúvida, Trump provoca mais do que um transtorno para a Europa, pois, do leste à Albion, ele já fortaleceu os movimentos de extrema direita.
E está aí uma verdadeira preocupação: se ele consolida a imagem discriminadora, machista, intolerante que adotou em sua campanha, não será surpresa a transformação desta direita europeia num nazismo do século XXI.
Talvez a manifestação do Vaticano – “rezemos para que Deus ilumine e oriente sua ação a serviço de seu país, evidentemente, mas, igualmente, a serviço do bem estar e da paz no mundo” – também expresse os mesmos receios da imprensa europeia.
E o Brasil? Sempre o nosso maior e principal cuidado.
O governo do golpe, até pela orientação e apoio recebidos, é devedor da banca, o que expressa em suas propostas, projetos e ações nestes 180 dias no poder. Mas acresce a enorme fragilidade intelectual, moral e política, em todas as instituições e manifestações do poder, destes atuais dirigentes.
Hillary, sem dúvida, seria muito mais conveniente: colocaria um representante/embaixador/diretor para o “shadow or invisible governenment”, facilitando a boa vida dos atuais poderosos. Mas quem, agora, irá negociar com Trump? E ele o acolherá ou fará, como seu amigo Putin, pouco caso deste emissário?
Uma difícil partida para se ter certeza sobre quem perdeu.
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado
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