© Foto / Câmara dos Deputados / Zeca Ribeiro
Sputnik – A Força Aérea Brasileira tem um contrato firmando com a Israel Aerospace Industries LTD no qual está acordada a manutenção de dois drones modelo Heron-I. O contrato estabelece a prestação de serviços, por demanda, de suporte logístico ao sistema dos aviões no valor de R$ 86 milhões.
No entanto, a deputada Fernanda Melchionna (PSOL) – que integra a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados – questiona o contrato divulgado no dia 10 de março e cobrou do Ministério da Defesa detalhes sobre os valores e os serviços prestados.
De acordo com o portal Metrópoles, Melchionna indaga o porquê de a negociação ter acontecido sem licitação e ressalta que “a continuidade de qualquer tipo de contrato entre Brasil e Israel se mostra como forma de financiar a continuidade do massacre histórico do povo palestino”.
Em um dos requerimentos, Melchionna solicita o relatório de atividades das aeronaves Heron I e a relação de contratos vigentes com Israel. Ela também questiona a existência de negociações entre a FAB e “o Estado de Israel ou empresas israelenses de tecnologia militar, armamento ou munição”, escreve a mídia.
Outro questionamento refere-se aos contratos assinados ou renovados com empresas israelenses desde outubro de 2023, quando teve início o conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
“Tal informação teve repercussão pública e nos causa estranheza visto as manifestações públicas do governo federal que até então tem se posicionado publicamente a fim de reconhecer o genocídio na Faixa de Gaza realizado por Israel. Principalmente pela declaração nesse sentido feito em evento internacional pelo presidente Lula e também por Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, que em uma cerimônia pública, em Ramala, classificou como ‘ilegal e imoral’ ação de Israel em Gaza”, escreveu a deputada, citada pela mídia.
Os dois drones que estão no contrato para receberem suporte logístico foram comprados pela Polícia Federal em 2009 por R$ 27 milhões. No entanto, ficaram guardados em um galpão na cidade de São Miguel do Iguaçu, no Paraná, entre 2016 e 2019, quando foram doados à FAB.
Eles são equipados com câmeras de alta resolução com capacidade para atuar em longas distâncias, mesmo à noite ou com pouca luz. Eles podem voar em grandes altitudes e acompanhar rotas aéreas usadas para o tráfico de armas e drogas, com características que dificultam sua visualização a partir da terra.