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sexta-feira, 8 novembro, 2024

Greve de médicos na Bolívia: presidente denuncia caráter ‘político’ do movimento

AMÉRICAS

Sputnik – O presidente da Bolívia, Luis Arce, disse nesta segunda-feira (1º) que a greve realizada por alguns sindicatos médicos do país é política e tem como objetivo promover privatizações.

O movimento foi iniciado após grupos médicos criticarem uma lei de emergência sanitária, que reforça o controle estatal sobre o sistema de saúde, implementada devido à pandemia do coronavírus.

“Repudiamos os médicos que insistentemente querem entrar em mobilizações absolutamente políticas, porque os argumentos que levantaram estão absolutamente superados na prática, nos fatos”, disse Arce em duro pronunciamento contra a categoria.

A declaração foi feita na inauguração da campanha de vacinação contra a COVID-19 em Laz Paz. No dia anterior, organizações médicas decidiram prolongar por mais 15 dias a greve da categoria, que deveria ter sido encerrada no domingo (28).

Início da imunização no país

O protesto da categoria, impulsionado por associações e sindicatos médicos, começou quase ao mesmo tempo em que foi iniciada a imunização contra o coronavírus na Bolívia, que usa o imunizante russo Sputnik V. A paralisação será um fato adicional de tensão nas eleições regionais de 7 de março.

Arce acusou o movimento, que tem alcance parcial, de interesses políticos e econômicos. Dois ex-presidentes do Colégio Médico da Bolívia foram ministro e vice-ministro da Saúde da gestão transitória de Jeanine Áñez.

Além disso, eles lideraram folgas contra planos do então governo de Evo Morales, como a criação de um sistema único de saúde e a construção de hospitais. Já o atual presidente do Colégio Médico de La Paz é candidato opositor à prefeitura da cidade.

‘Apetites econômicos pessoais’

Segundo Arce, as associações médicas parecem dominadas por “apetites econômicos pessoais, de defesa de clínicas e da medicina privada”. O presidente explicou ainda que a emergência sanitária já estava vigente, faltando apenas regulamentações para proibir a paralisação dos serviços de saúde e controle estatal sobre qualidade e preços de serviços de clínicas e médicos privados.

“O que estamos vendo é que esses médicos talvez não estejam à altura do desafio que hoje significa enfrentar a pandemia. O povo precisa de médicos comprometidos com seu povo, e não médicos comprometidos com seus bolsos e interesses pessoais”, afirmou o chefe de Estado.

A ampliação da greve, decretada em 18 de fevereiro, foi determinada pelo Conselho de Saúde, que agrupa associações e sindicatos do setor, com o argumento de que o governo manteve “silêncio” sobre proposta para discutir a lei.

O ministro da Saúde, Jeyson Auza, por sua vez, descartou nesta segunda-feira (1º) a anulação das medidas. Segundo ele, a lei foi estabelecida após negociações entre as partes.

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