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sexta-feira, 19 abril, 2024

Governo do Peru enfrenta pressão da direita e protesto social

Lima, (Prensa Latina) Pressões de grandes empresários, políticos e meios de comunicação de direita por uma mudança de ministros estrangeiros ao gosto desses setores, o governo peruano está enfrentando hoje, enquanto Lima está passando por uma greve de transporte e um protesto sindical.
O rico empresário de mineração Roque Benavides acusou o governo de fracassar na luta contra o Covid-19 e na economia exigiu do presidente Martín Vizcarra uma mudança de ministros.

Benavides criticou, apesar do fato da mineração ser uma das poucas atividades que não foi afetada pela longa quarentena que está prestes a terminar, pois estava autorizada a continuar operando.

O empresário elogiou a ministra neoliberal da economia, María Antonieta Alva, e lamentou que ela seja ‘muito solitária porque está com pessoas de outra ideologia’.

Ele aludiu tacitamente às críticas de Vizcarra aos bancos privados, porque concedeu fundos a empresas e números investigados por possível corrupção, como operadora de um programa de financiamento com juros muito baixos e com a garantia do Estado.

‘Este governo não confia no setor privado. Recentemente, o presidente começou a falar um pouco sobre o setor privado, mas acho que há um óbvio viés anti-empresa’, disse ele, apesar do fato de que, de acordo com várias queixas, a maioria dos fundos do referido programa beneficiou grandes empresas.

As críticas do empresário fazem parte de uma ofensiva de extrema direita, que, segundo o analista Alberto Adrianzén, visa destruir qualquer presença progressiva no aparato estatal e na arena política.

O jornal neoliberal Perú.21 entrevistou pessoas afins que se uniram à abordagem de Benavides e nomeou os ministros que deveriam ser substituídos, começando pelo primeiro-ministro Vicente Zeballos.

O panorama político gerado pela crise da saúde inclui complexas contradições pendentes entre o Executivo e o parlamento de centro-direita, cujas atitudes reformistas o tornam objeto de fortes ataques de Benavides e da mídia relacionada.

Na frente do protesto social, o CGTP e outras organizações realizam um Dia Nacional de marchas e outros protestos contra medidas econômicas e trabalhistas que, dizem eles, colocam o peso mais pesado da crise nos ombros dos trabalhadores urbanos e rurais.

O protesto também tem como alvo os empregadores, que demitiram maciçamente trabalhadores diante da crise, apesar de receber bilhões de dólares em alívio.

A Câmara de Transporte, por sua vez, paralisou o transporte urbano em Lima, exigindo um subsídio compensatório pela diminuição da renda das empresas prestadoras de serviços, devido à redução no número de passageiros requisitados para evitar infecções por Covid-19.

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