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sábado, 5 outubro, 2024

Governo britânico confirma extradição de Julian Assange para os EUA

“Em 17 de junho, após a consideração tanto pelo Tribunal de Magistrados quanto pelo Supremo Tribunal, foi ordenada a extradição do sr. Julian Assange para os EUA. O sr. Assange mantém o direito de recorrer no prazo de 14 dias”, comunicou o Ministério do Interior britânico.
Por sua vez, a defesa de Assange apresentou em maio um pedido à ministra do Interior do país, Priti Patel, para bloquear a sua extradição.
O Ministério do Interior acrescentou que os tribunais britânicos “não consideram que seria opressivo, injusto ou um abuso processual extraditar o sr. Assange”.

“Não foi concluído que a extradição seria incompatível com seus direitos humanos, incluindo o seu direito a um julgamento justo e à liberdade de expressão, e [foi considerado] que, enquanto estiver nos EUA, ele será tratado de forma adequada, inclusive em relação à sua saúde”, lê-se no comunicado.

Na sequência desta decisão, o fundador do WikiLeaks pode apresentar recurso no Supremo Tribunal de Londres, que deve conceder autorização para prosseguir ou levar o caso ao Supremo Tribunal do Reino Unido. No entanto, se o pedido for rejeitado, Assange deve ser extraditado para os EUA no prazo de 28 dias.
A WikiLeaks publicou uma extensa declaração criticando a decisão das autoridades britânicas, afirmando que vai recorrer da decisão.
“Este é um dia negro para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica. Qualquer pessoa neste país que se preocupa com a liberdade de expressão deve estar profundamente envergonhado de a ministra do Interior ter aprovado a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, o país que planejou o seu assassinato”, comunicou a organização.
Stella Assange, esposa do fundador do WikiLeaks, reagiu à decisão, salientando que Julian não é um criminoso.
“Ele não cometeu nenhum crime e não é um criminoso. Ele é um jornalista e editor, e está sendo punido por fazer seu trabalho”.
“Hoje não é o fim da luta. É apenas o começo de uma nova batalha legal”, acrescentou ela.
Assange é indiciado pelos EUA por múltiplas acusações de suposta espionagem e hacking, o que resultou na publicação pelo WikiLeaks de documentos classificados expondo supostos crimes de guerra dos EUA no Afeganistão e Iraque.
Apoiadores do fundador do WikiLeaks Julian Assange participam de um protesto em Londres para apoiá-lo em uma audiência administrativa para seu caso de extradição, em 26 de novembro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 20.04.2022

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