20.5 C
Brasília
sexta-feira, 26 julho, 2024

Globo manipula opinião pública para defender sionismo e condenar Lula

César Fonseca

A desproporção descabida e absurda entre os ataques das poderosas forças armadas de Israel, apoiadas pelos Estados Unidos, e as da Palestina, carentes de estrutura de defesa, ancoradas, apenas, em resistência desarmada, já representa em si ou não a um holocausto? Ou a um genocídio? Ou às duas coisas, dadas similaridades entre ambas?

Prá começar, segundo tanto o Google como a Wikipédia, Holocausto foi o genocídio ou assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a segunda guerra mundial, “maior genocídio do século 20”.

Nesse sentido, não está destituída de razão a declaração do presidente Lula que considera genocídio a matança patrocinada pelo governo de Israel, do primeiro-ministro Netanyahu, semelhante à que patrocinou Hitler contra os judeus.

Lula não destacou a palavra Holocausto, que ficou implícita nas manchetes dos jornais nesta terça feira, mas virou logo, logo verdade absoluta nos comentários dos repórteres da Globonews; porém, os comentaristas não ressaltaram a relação de identidade entre Genocídio e Holocausto, como se falando em um, imediatamente, indentifica-se o outro.

Genocídio é Holocausto e Holocausto é genocídio pelo entendimento comum dos povos que consideram desumano ambos em sua essencialidade prática brutal anticivilizacional.

Lula, então, teria carregado a mão ao não diferenciar Holocausto de Genocídio, enquanto estaria ficado bem se tivesse apenas apreciado criticamente o Genocídio sem relacioná-lo à matança de Hitler, conhecida como Holocausto, termo que, na verdade, não utilizou?

GUERRA DIPLOMÁTICA

Desse modo, assim que Netanyahu decidiu, nesta segunda-feira, considerar Lula “persona non grata”, depois de convocar embaixador brasileiro em Jerusalém a dar explicações, utilizando métodos não convencionais, para desmoralizá-lo, a Globo convoca a Quaest para dar explicações “científicas” quanto à aprovação e desaprovação da fala presidencial brasileira.

90% dos consultados pela Quaest por volta das 16 horas já condenavam Lula, enquanto, apenas, 10% aprovavam, numa corrida consultiva nas redes sociais que revelou velocidade espantosa dos opositores em se posicionarem, enquanto os apoiadores governistas se revelavam extremamente lerdos; ou haveria manipulação nessa pesquisa tão veloz, para ser aproveitada com amplo destaque na Globonews?

Andréia Sadi, apresentadora do Studio I, ficou tão entusiasmada que disse que de agora em diante convocará Felipe Nunes, da Quaest, todo o dia que for preciso.

Lula está levando de goleada quanto à pesquisa sobre o tema que se politiza e ao mesmo tempo polariza oposição x situação nas redes, revelando a densidade extraordinária da velocidade digital na formação da opinião pública, sujeita, como se vê, à manipulação mediática.

MANIPULAÇÃO EXPLÍCITA

Ela, OP, está sendo capciosamente levada, pelos comentários midiáticos, divididos por interesses políticos explícitos – direita/ultradireita x centro/esquerda – a diferenciar o que, na prática, é uma coisa só: Holocausto e Genocídio.

A matança de vítimas indefesas como praticou Hitler, assim como pratica, nesse momento, o filhote do nazista alemão, Benjamin Netanyahu, não passa de uma coisa só: crime premeditado em meio à desproporção de forças.

A Globo chama a Quaest para expor a velocidade verdadeiramente desproporcional entre a ação da direita-ultradireita, de um lado, e a da esquerda e do centro, de outro,  na exploração midiática da declaração de Lula de condenação a Netanyahu pelo genocídio contra palestinos, que compara com matança de judeus por Hitler.

O resultado vira verdade midiática absoluta do que não passa de fakenews.

Lula perdeu de lavada: 90% dos entrevistados o condenaram; apenas, 10% o aprovaram, desde o momento em que Netanyahu considerou o presidente brasileiro “persona non grata”.

Essa qualificação seria amplamente apoiada pelos israelenses, que, também, estão divididos em relação ao governo genocida sionista de Netanyahu, ou, tão somente, quanto à administração comandada pelo partido governamental Likud de ultradireita?

O que foi, na prática, a matança de Hitler contra os judeus, nos campos de concentração, senão o confronto entre tropas alemãs super armadas contra vítimas desarmadas?

HOLOCAUSTO OU GENOCÍDIO?

Os comentaristas da Globo teimam repetidamente em firmar que Holocausto não é Genocídio, razão pela qual Lula virou alvo preferencial do julgamento midiático conservador; sem mencionar a palavra Holocausto, Lula, apenas, indagou se o Genocídio não seria semelhante à matança patrocinada por Hitler[conhecido por Holocausto].

As manchetes que ressaltaram o Holocausto apenas qualificaram o Genocídio que Lula identificou como matança de Hitler.

No fundo, para bom entendedor meia palavra basta: Genocídio é Holocausto assim como Hitler é igual a Netanyahu.

Só o cinismo midiático ficou escandalizado com a verdade que dói pronunciada pelo presidente brasileiro.

Os comentaristas da Globonews se estenderam em apreciações sem substância qualitativa, misturando quantidade com qualidade e tirando conclusões definitivas ao sabor dos interesses da Globo, ao insistirem que Lula perdeu ótima oportunidade de colocar a nu o líder fascista sionista de Israel, mas pecou por comparar o Genocídio com Holocausto.

Em suma, fazem jogo do sionismo, sem esclarecer o público que Holocausto escandaliza, justamente, por ser fruto do Genocídio e vice-versa.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS