FMLN celebra 36 anos decidido a lutar pela justiça em El Salvador

Representantes deste partido de esquerda das diferentes regiões do país participarão em uma mobilização nesta capital no próximo sábado, em cujo ato central estão previstos discursos políticos do secretário geral do partido, Medardo González, e de outros dirigentes.

A FMLN celebra sua fundação no contexto de seu segundo período à frente do Executivo neste país, agora com um de seus líderes históricos, Salvador Sánchez Cerén.

Também, em meio a uma campanha midiática de oposição e um boicote econômico de setores reacionários da direita para fazer fracassar o governo de esquerda que tem impulsionado emblemáticos programas sociais em prol das maiorias historicamente esquecidas.

A FMLN, que enfrenta um processo de desestabilização política por parte do partido Aliança Republicana Nacionalista (Arena) e um estrangulamento das finanças públicas, orquestrado pelos grupos oligárquicos, expressado em sentenças da Sala Constitucional, assegura que sua luta continuará até a vitória.

O secretário geral, Medardo González, tem alertado que o governo de Sánchez Cerén enfrenta a estratégia desestabilizadora do ‘golpe suave’, que a direita internacional desenvolve contra os governos de esquerda e progressistas da América Latina.

As demandas da FMLN coincidiam desde seu nascimento com as da maioria da população, submetida à centenas de anos de exploração, exclusão, pobreza, carência de terras e serviços como saúde e educação.

No dia 10 de outubro de 1980, o Partido Comunista de El Salvador, Forças Populares de Libertação Farabundo Martí, Forças Armadas da Resistência Nacional, Exército Revolucionário do Povo e o Partido Revolucionário dos Trabalhadores Centro-Americanos decidiram se unir para, essencialmente, enfrentar esses males.

Dessa forma nasceu a FMLN, como uma força unificada de cinco organizações político-militares que levou a cabo uma heróica luta libertária também contra a repressão que se prolongou por 12 anos até alcançar os Acordos de Paz em 16 de janeiro de 1992.

Esses Acordos marcaram o início da construção de uma nova sociedade fundamentada no diálogo, na democracia e na busca do bem comum e abriram o caminho para que a FMLN se convertesse em partido político. Participou como força política pela primeira vez nas eleições de 1994, e desde então segue fiel aos seus princípios, e convicto de vencer qualquer obstáculo, afirmam seus dirigentes.

A FMLN, assegura continuar trabalhando com base no preceito do líder histórico Schafik Hándal, que advogou por construir um país onde valesse a pena viver.

‘Schafik Hándal encarnou o sentimento dos guerrilheiros revolucionários que decidiram se meter no sistema para mudar o sistema, e queremos dizer com orgulho que (…) é sentida a mudança que temos produzido, há um cenário novo na sociedade’, assegurou José Luis Merino, um dos dirigentes desta força política.