Em junho de 2015, Olivier Blanchard, então economista-chefe do FMI, publicou um artigo que à primeira vista parecia razoável: os dois lados (a troika e Atenas) deviam fazer concessões, reconhecer que os dois lados tinham responsabilidades na Grande Depressão da Grécia (atroika por ter não ter promovido nenhum alívio na dívida; e Atenas por não ter feito reformas suficientes). Exame mais detido daquele artigo, porém, revelou que Blanchard servia-se daquela publicação para ‘alertar’ que o FMI preparava-se para esmagar a Grécia. Outra vez!
Bill Black respondeu a Blanchard com artigo cortante intitulado “A ‘defesa’ do FMI, das ações contra os gregos, é confissão involuntária” [ing. The FMI “Defense” of it Actions against the Greeks is an Unintended Confession (15/6/2015)]. A essência do argumento de Bill:
Exatamente como em 2012, novamente a troika, com o FMI perfeitamente engajado a bordo, estão ‘implementando’ um programa que eles sabem que falhará, ao mesmo tempo em que prometem a Atenas que, em 2018, a Grécia receberá a mesma forma de não alívio que lhe foi prometido (mas nunca entregaram) para o final de 2014 (o tal ‘longo reescalonamento de pagamentos com juros baixos’).
As únicas duas diferenças entre 2012 e 2015 são: (A) Em 2015/6 a economia grega está ainda mais frágil do que estava em 2012, o povo grego ainda mais próximo de cair em desespero absoluto. E (2) Em 2012, o ‘programa’ tóxico, ilógico da troika estava sendo implementado por um governo que representava o ancien regime oligárquico e corrupto responsável pela crise. Em 2015/6 o ‘novo’ ‘programa’ da troika, tóxico e ilógico, está sendo implementado por governo de esquerda, o que nega aos gregos a esperança de que alguma eleição conseguirá pôr termo à dor dilacerante e desnecessária.*****