Ainda que 70% da superfície do mundo esteja coberta por água, só 2.5% da água disponível é doce, da qual quase 70% corresponde aos glaciais, e a maior parte do resto se apresenta como umidade no solo, ou se encontra em camadas aquíferas subterrâneasÂáprofundas e inacessíveis, recordam os cientistas.
Por isso, menos de um porcento dos recursos de água doce do planeta estão disponíveis para o consumo, e a previsão é que para 2050, ao menos uma e, cada quatro pessoas provavelmente viva em um país afetado por escassez crônica e reiterada de água doce.
Razões mais que suficientes para que aÂáFAOÂáe outros muitos organismos internacionais relacionados ao tema trabalhem para encontrar caminhos de uso eficiente desse escasso e vital recurso para a vida.
Em sintonia com aÂáocasião, seu trabalho ‘AÂáFAOÂátrabalha para promover aproximações coerentes para o manejo sustentável da terra e da água’ (http://www.fao.org), informa como a gestão do órgão especializado da ONU para Alimentação e Agricultura neste campo abarca várias dimensões do desenvolvimento sustentável.
Destaca entre eles a governabilidade e manejo de sistemas de produção de alimento; a provisão de serviços ecossistêmicos essenciais; segurança alimentar; saúde humana; conservação da biodeiversidade; e a mitigação e adaptação à mudança climática.
AÂáFAOÂáhoje também faz referência em seu site à sua principal linha de trabalho, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, em particular ao número 6: ‘Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos’, e define que aumentar a produção de alimentos usando menos água é um dos grandes desafios de nossos tempos.
A escassez de água, os problemas de qualidade do líquido e o saneamento inadequado, argumenta também, afetam a segurança alimentar, a nutrição e as oportunidades educativas e econômicas para as famílias pobres de todo o mundo.
Isso implica produzir mais alimentos com um uso menor de água, construir a resiliência das comunidades agrícolas para enfrentar as inundações e as secas, e aplicar tecnologias de água limpa que protejam o meio ambiente, bem como apoiar os países no uso dos recursos hídricos e nos níveis de estresse por déficit hídrico.
O estudo prevê que a retirada de água para irrigação e pecuária aumentará com o crescimento da população mundial e o desenvolvimento econômico, elevando a demanda de alimentos, e ao considerar as tendências dietéticas globais de consumo de alimentos, cuja produção exige mais água, o consumo de água aumentará ainda mais.
Nesse sentido, aÂáFAOÂáexplica como ela trabalha com os países e diversos colaboradores para garantir um uso da água mais eficiente, produtivo e respeitoso com o meio ambiente.
Também o artigo ‘Escassez de água, um dos maiores desafios de nosso tempo’ alerta ao fato desse recurso diminuir de maneira alarmante, agravado por múltiplos fatores incluindo a mudança climática, que além de maior seca, provoca aumento das temperaturas e portanto uma maior demanda de água para cultivo.
Entre as muitas maneiras do uso adequado desse recurso, se destaca a adoção de medidas para coletar e reutilizar a água doce e aumentar o uso seguro de águas residuais, o que ajudará a enfrentar a fome e transtornos socioeconômicos.
Sobre a urgência da eficiência e do repensar que se produz para garantir cultivos nutritivos e saudáveis, a FAO compara em seu artigo que o cultivo de leguminosas tem uma impressão hídrica reduzida, para produzir um quilograma de lentilhas é necessário apenas 1.250 litros de água, mas para a mesma quantidade de carne bovina, são necessários 13 mil litros.
Inclusive chama a atenção para o problema apremiante do desperdício de alimentos, que equivale a ‘desperdiçar água’ e recorda que a cada ano, um terço de todos os alimentos produzidos se perde ou se desperdiça, um volume de água não aproveitada comparável a três vezes a capacidade do Lago de Genebra.
Enfatizou que a maior contribuição diária de todos para reduzir o desperdício de alimentos é não considerar nada sobra e comprar só o necessário.
Simples medidas que apontam a poupar de água, terra, energia, tempo, proteger o ambiente e a economia doméstica.