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quinta-feira, 4 dezembro, 2025

Família de colombiano morto no Caribe apresenta queixa contra os EUA

Momento do ataque dos EUA a um navio venezuelano com 11 tripulantes a bordo, todos mortos, em 2 de setembro de 2025

HispanTV – A família de um pescador colombiano morto em ataques dos EUA contra barcos no Caribe apresentou uma queixa formal contra Washington à CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos).

“Em 15 de setembro de 2025, o Exército dos EUA bombardeou a embarcação de Alejandro Andrés Carranza Medina (…) Os Estados Unidos violaram a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem”, destacou o documento da família do pescador colombiano Carranza Medina, apresentado na terça-feira à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Carranza Medina foi morto em ataques dos EUA contra navios no Caribe, realizados sob o pretexto de combater o narcotráfico. Esses ataques dos EUA deixaram pelo menos 83 mortos, segundo a mídia local.

Esta ação representa a primeira denúncia perante um órgão internacional relativa à campanha militar lançada por ordem do presidente dos EUA, Donald Trump, no Caribe e no Pacífico desde setembro passado.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, adverte Donald Trump de que qualquer ação que viole a soberania do país será considerada uma declaração de guerra.

A denúncia aponta diretamente para o Secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, considerando-o “responsável por ordenar o bombardeio de embarcações como a de Alejandro Carranza Medina e o assassinato de todas as pessoas que estavam a bordo”.

Segundo a imprensa americana, Hegseth deu a ordem para “matar todos” os tripulantes das embarcações suspeitas e Trump “ratificou a conduta do secretário Hegseth”.

A ONU e diversas organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch (HRW) e a Anistia Internacional (AI), classificaram os bombardeios contra os supostos barcos de narcotráfico como “execuções extrajudiciais”.

Nesse contexto, o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Türk, afirmou que os ataques dos EUA no Caribe “violam o direito internacional”. 

Um bom primeiro passo para deter as ações dos EUA.

A denúncia foi apresentada por Dan Kovalik, advogado do presidente colombiano Gustavo Petro, que assumiu a defesa do presidente depois que ele foi incluído na lista de sanções, a chamada “lista Clinton”.

Kovalik explicou que, como se trata de “uma organização no âmbito da Organização dos Estados Americanos”, uma petição pode ser apresentada contra um Estado por violações da Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Eles estão aterrorizando as pessoas; isso é terrorismo. As pessoas têm medo de ir pescar; eles mergulharam toda a região em um estado de medo, que é exatamente o que pretendem”, detalhou.

Kovalik afirmou que buscarão “indenização para a família” e que este processo é “um bom primeiro passo” para impedir os ataques de Washington. “Sabemos que isso é político, que tudo é fabricado, e estamos decidindo como lidar com isso, mas iremos contestar”, esclareceu.

Em resposta às alegações dos EUA em defesa de seus ataques no Caribe, Caracas tem repetidamente classificado as manobras americanas na região, com o objetivo de impor uma mudança de regime, como “agressão”, enfatizando que o verdadeiro objetivo é se apoderar dos recursos estratégicos do país, como petróleo, gás e ouro. 

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