Por Glenda Arcia Havana (Prensa Latina) Oito meses depois, a Europa é mais uma vez o epicentro da pandemia Covid-19 e está preocupada com o aumento sustentado das infecções, os protestos crescentes contra as medidas aplicadas e o esgotamento dos sistemas saúde nacional.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a região ultrapassou 10,8 milhões de infectados e mais de 277 mil mortes, e suas autoridades começam a se sentir pressionadas com a possibilidade de os hospitais estarem sobrecarregados já no início do ano.
Entretanto, a Comissária Europeia da Saúde, Stella Kyriakides, assegurou que a situação é extremamente perigosa e apelou à unidade dos governos e dos cidadãos para enfrentar o que muitos chamam de segunda vaga.
De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, França, Espanha, Reino Unido, Itália, Rússia e Alemanha estão entre os países mais afetados.
Paradoxalmente, é também em muitas dessas nações que ocorrem protestos contra os regulamentos aprovados para tentar conter o coronavírus SARS-Cov-2.
Nos últimos dias, a formação espanhola Unidos Podemos acusou o partido de extrema direita Vox de promover uma corrente que nega a existência da Covid-19 e de encorajar atos violentos para rejeitar as regulamentações implementadas pela liderança do país.
Neste cenário e com medo de repetir os erros cometidos, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, convocou uma reunião de 27 membros no dia 19 deste mês, onde se espera que sejam definidas ações reais e não simples promessas.
Enquanto isso, na França, o governo decidiu voltar ao confinamento por, pelo menos, um mês, embora sem fechar escolas ou interromper o trabalho.
Por sua vez, a Espanha está em estado de alarme que inclui toques de recolher e limitações de mobilidade, e no Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson aprovou um novo período de quarentena para a Inglaterra, após receber fortes críticas por sua gestão da crise.
A Itália adere, que anunciou um regime de restrições diferenciado com base nas características regionais, e a chanceler federal Angela Merkel alertou que a Alemanha caminha para uma situação de emergência de saúde aguda, razão pela qual pediu para cumprir quatro semanas de confinamento parcial.
O conselho científico do Governo francês afirmou que este não será o único surto da pandemia na Europa, pelo que é fundamental intensificar as medidas e apoiar a investigação para a descoberta de vacinas.