La Paz, (Prensa Latina) O Modelo Econômico, Social, Comunitário e Produtivo, aplicado desde 2006 na Bolívia pelo Governo de Evo Morales, é hoje solvente e de longo prazo para o bem-estar da população e do país, afirmam especialistas.
Durán recordou que antes da chegada à presidência de Morales, a etapa neoliberal imperante na nação andino amazônica privilegiava o déficit fiscal e o investimento estrangeiro. Informou que o modelo boliviano não é um modelo de despesa, porque a chave para os significativos resultados atuais é investir em projetos e programas estratégicos de desenvolvimento e industrialização, bem como a criação de empresas públicas, geradoras de empregos e de regalias.
Confirmou que em 2017 essas entidades registraram mais de 249 milhões de dólares por conceito de regalias e, no passado ano, a cifra ascendeu a mais de 509 milhões de dólares.
Assegurou que essa estratégia tem permitido nos últimos 13 anos reduzir a pobreza, implementar políticas sociais, melhorar os rendimentos dos bolivianos e, a seu julgamento, nos próximos anos não terá nenhum tipo de crise porque o modelo econômico é forte e estável.
‘Em 2005 nossa dívida externa era de cinco bilhões de dólares e nosso Produto Interno Bruto (PIB) de 9 bilhões 574 milhões de dólares e, ao ano 2018, a dívida chegou a 10 bilhões 178 milhões, mas o PIB supera os 40.000 bilhões. Então, que é o que tem ocorrido na Bolívia? tudo o que nos prestámos tem sido investido e isso tem permitido gerar crescimento econômico’, explicou.
Realçou que os países que decidiram ‘abraçar’ o neoliberalismo, isto é, começar a pensar a reduzir o déficit fiscal a como dê lugar e dar mais cabida à empresa privada em detrimento da empresa estatal, foram mal.
Assim mesmo, o diretor do Instituto de Investigações Econômicas da Universidade Major de San Andrés (UMSA), Marcelo Montenegro, comentou que o modelo boliviano permite ao Estado controlar a economia nacional e não deixa a mãos privadas intervir, como ocorria no passado.
‘É de conhecimento de todos que a capitalização nos levou ao declive econômico e ao endividamento externo. Em 2006, quando entrou o governo do presidente Evo Morales, já os recursos para pagar o Bonosol (agora Rende Dignidade) não existiam ou eram insuficientes. Então o Estado decidiu tomar os fios da economia para garantir estabilidade e crescimento’, assegurou.
Montenegro realçou o crescimento econômico da Bolívia que lhe permitiu estar entre os países de maior desenvolvimento na região, reconhecido por vários organismos internacionais, e com prognósticos favoráveis para o futuro.
Por outra parte, o economista Iván Finot, assegurou que o neoliberalismo é uma ‘péssima receita’, quando a realidade tem demonstrado a necessidade de um Estado regulador para conduzir os destinos da economia nacional.
‘Confiar em que o investimento estrangeiro ou a intervenção de organismos internacionais vai salvar a economia dos países é um erro. Na época do neoliberalismo vimo-nos afundados em dívidas que os bolivianos tivemos que pagar. Agora temos recuperado um nível de rendimentos e mostra que o modelo boliviano refere que o Estado deve ter protagonismo nas atividades econômicas e de investimento, e não a empresa privada’, acrescentou.
O fortalecimento da moeda nacional, processo conhecido como bolivianização, permitiu desdolarizar a economia e elevou a confiança no boliviano.
Estudos do Banco Central da Bolívia de 2018, revelaram que, na década de 80 do século passado, etapa onde o consumo interno e os serviços públicos se gerenciavam nessa moeda estrangeira, foi criada uma dependência que provocava a perda do valor e a função da moeda nacional.
Segundo os especialistas, 97,5% dos empréstimos no sistema financeiro boliviano realiza-se em moeda nacional.