© AP Photo / Manu Fernandez
Sputnik – Em discurso realizado em evento em Madri, Milei chamou de corrupta Begoña Gómez, esposa do presidente espanhol, Pedro Sánchez. Chancelaria espanhola exige pedido de desculpas.
A chancelaria da Espanha informou neste domingo (19) que convocou a embaixadora do país em Buenos Aires, María Jesús Alonso Jiménez, para prestar esclarecimentos sobre os ataques proferidos pelo presidente argentino, Javier Milei, contra Begoña Gómez, esposa do presidente espanhol, Pedro Sánchez.
“Acabo de chamar nossa embaixadora para consultas sine dine [sem data definida]”, informou o ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, em uma coletiva no Palácio da Moncloa, sede do Executivo espanhol.
O ministro acrescentou que o governo da Espanha exige um pedido de desculpas por parte de Milei.
Segundo informou o jornal argentino La Nación, neste domingo, em um discurso contra o socialismo feito durante uma convenção organizada pelo partido radical espanhol Vox, intitulada Europa Viva 24, em Madri, Milei fez uma referência a Sánchez e sua esposa, a qual acusou de corrupta.
“As elites globais não percebem o quão destrutivo pode ser implementar as ideias do socialismo porque estão muito distantes. Não sabem que tipo de sociedade e de país podem produzir, que tipo de pessoas que estão presas ao poder existem e que níveis de abuso pode gerar. Ainda mais quando ele tem uma mulher corrupta, ele se suja e leva cinco dias para pensar sobre isso”, disse Milei.
Albares afirmou que o governo espanhol considerou as declarações de Milei “um ataque frontal à nossa democracia, às nossas instituições e à Espanha” e advertiu que se Milei não pedir desculpas, serão tomadas “todas as medidas consideradas adequadas para defender a soberania e a dignidade” do país.
“As gravíssimas palavras proferidas hoje por Milei em Madri superam qualquer tipo de diferença política e ideológica, são inéditas na história das relações internacionais e na história das relações entre os dois países e os dois povos, unidos por fortes laços de fraternidade”, afirmou o ministro.