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sexta-feira, 14 novembro, 2025

Equatorianos rejeitam reforma que permite bases estrangeiras

Os líderes do Movimento de Unidade Plurinacional Pachakutik do Equador reuniram-se em um Conselho Político.

Organizações sociais e movimentos políticos no Equador expressaram sua oposição à instalação de bases militares estrangeiras no país na terça-feira.

Em nota, o Movimento de Unidade Plurinacional Pachakutik reafirmou sua oposição à instalação de bases militares estrangeiras em território equatoriano.

No texto, o partido Pachakutik enfatizou que a aprovação do estabelecimento de instalações militares estrangeiras viola a soberania nacional e expõe o país a interesses estrangeiros.

Ele também alertou que em outros países essas forças falharam no combate ao narcotráfico e foram usadas para reprimir movimentos sociais e opositores políticos, bem como para proteger territórios cedidos a empresas estrangeiras.

Para o movimento indígena, “isso não apenas mina a soberania nacional como país, como também permite que o governo de Daniel Noboa engane os equatorianos com promessas vazias de combater grupos de narcotraficantes”.

Além disso, ele alerta que em países com índices de violência maiores que o Equador, a presença de bases estrangeiras não fez diferença, resultando em resultados quase inexistentes.

A Assembleia do Equador aprovou uma moção permitindo que bases militares estrangeiras sejam estabelecidas no país, em meio a questões sobre soberania.

A declaração da Pachakutik também observou que, apesar da captura ou eliminação de alguns dos líderes das gangues criminosas, os cartéis continuaram a crescer, e muitos militares estrangeiros se juntaram a esses grupos armados irregulares.

“Não é especulação afirmar que, dada a subserviência de Noboa, ele acabará envolvendo o Equador em uma guerra internacional”, enfatiza o Movimento, ao mesmo tempo em que rejeita o voto a favor da reforma da assembleia de Pachakutik.

Com 82 votos a favor, a Assembleia Nacional do Equador aprovou a reforma constitucional promovida pelo governo de Daniel Noboa sob o pretexto de fortalecer o combate à insegurança.

O artigo 5 da Constituição equatoriana estabelece que o Equador é um território de paz e proíbe explicitamente o estabelecimento de bases estrangeiras para fins militares.

A reforma aprovada elimina a restrição à presença de bases militares estrangeiras, abrindo caminho para potenciais acordos militares com potências estrangeiras, caso o atual governo assim decida.

Por outro lado, o bloco do Partido Revolução Cidadã rejeitou a proposta, argumentando que ela representa uma ameaça à soberania nacional e pode comprometer a neutralidade do país em conflitos internacionais.

Para Roque Ordoñez, membro da Assembleia Legislativa da Revolução Cidadã, a reforma deste artigo desmantelaria a doutrina da paz, que não funcionou para nenhum país com bases militares estrangeiras. Mas, ainda mais grave, abriria o país a confrontos geopolíticos estrangeiros.

Em setembro de 2019, o então presidente equatoriano Rafael Correa decidiu expulsar as bases estrangeiras, argumentando que sua presença constituía uma violação da soberania nacional e envolvia abusos de direitos humanos, entre outras coisas.

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