Quito (Prensa Latina) O Equador continua aguardando os resultados finais das eleições de domingo passado, enquanto os cidadãos alertam para a possível manipulação de registros eleitorais.
Problemas na impressão de documentos oficiais obrigaram a uma recontagem em seis províncias do país (Zamora Chinchipe, Morona Santiago, Napo, Cañar, Loja e Santa Elena), informou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Diante dessa situação, setores sociais manifestaram preocupação com a possibilidade de alteração dos resultados, principalmente do referendo promovido pelo Executivo.
Até agora, com mais de 98% das apurações processadas, em todas as questões o Não parece irreversível e constitui um retrocesso para o governo de Guillermo Lasso e para a direita.
O órgão dirigente das eleições afirmou que a apuração completa pode demorar até 10 dias após o fim das eleições.
Nessas votações, também estavam em disputa mais de cinco mil cargos provinciais e municipais, além dos sete cargos do Conselho de Participação Cidadã e Controle Social.
Representantes do movimento Revolução Cidadã (RC), alinhados com o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) são os vencedores virtuais de 61 prefeitos, incluindo Quito, Guayaquil, Santo Domingo e Esmeraldas.
Da mesma forma, os candidatos do RC conquistaram nove prefeituras: Pichincha, Manabí, Azuay, Santo Domingo de los Tsáchilas, Sucumbíos, Santa Elena, Cañar, Imbabura e Guayas, onde a vitória de Marcela Aguiñaga representa o fim de 30 anos de hegemonia do direitista Partido Social Cristão.
Analistas dizem que o triunfo do progressismo no Equador no último ato eleitoral e a rejeição do referendo promovido pelo governo Lasso constituem um sinal de desacordo popular com o neoliberalismo.