La Paz, 19 de março (Prensa Latina) Uma aliança assinada no dia anterior entre dois candidatos da oposição que apoiam políticas neoliberais agora serve de pretexto para que o empresário boliviano nascido nos Estados Unidos Marcelo Claure reafirme seu envolvimento na política interna.
“Acordo entre Chi e Reyes Villa. O importante continua sendo a união”, afirmou o bilionário em sua conta X, referindo-se ao pacto selado nesta terça-feira entre Manfred Reyes Villa e Chi Hyun Chung.
Morando nos Estados Unidos desde que acumulou o capital original de sua fortuna em 1994 por meio de transações polêmicas envolvendo os ingressos da Federação Boliviana de Futebol para a Copa do Mundo daquele ano, Claure elogiou o fato de que “por enquanto, há dois blocos caminhando na mesma direção” (contra o Movimento ao Socialismo, no poder), um desenvolvimento que ele descreveu como “positivo”. “Veremos o que acontece ao longo do caminho. Nossa Super Pesquisa determinará quem tem mais apoio”, disse o principal acionista da Ausenco, a maior empresa de projetos de engenharia de lítio e cobre do mundo.
Claure insiste no apoio unificado ao candidato da oposição com as maiores pontuações, após uma pesquisa que ele patrocina e que inclui os outros dois principais candidatos (Jorge Tuto Quiroga e Samuel Doria Medina) antes das eleições gerais de 17 de agosto. Eles são apoiadores de políticas neoliberais promovidas por Washington e pelo Fundo Monetário Internacional.
Reyes Villa e Chi também anunciaram outra pesquisa, assim como o bloco opositor de Quiroga e Doria Medina, para ver quem será o candidato presidencial nas eleições gerais de 17 de agosto.
Um chamado à iniciativa, à luta frontal e à ofensiva do povo boliviano foi recentemente destacado pelo jornal de análise política La Época em resposta à ameaça de encurtamento do mandato do presidente Luís Arce, expressa por Claure.
A publicação enfatizou que os desejos quase obsessivos do “bilionário nascido na Bolívia que prefere se identificar como americano” e busca fechar o ciclo do Processo de Mudança iniciado em 2006 podem parecer simples opinião ou capricho de um homem.
No entanto, ele alertou que aqueles que afirmam que apoiarão toda a oposição, seja ela fragmentada ou unificada, estão agindo em conjunto com outros setores da direita.
Ele acrescentou que as repetidas declarações de Claure coincidem com o anúncio de setores de extrema direita do departamento de Santa Cruz de que tomarão medidas de fato contra o Governo (…) nos próximos dias (…).
Ele indicou que, mais uma vez, esta é a guerra híbrida travada contra o Processo de Mudança e o Governo Popular.
Ele concluiu o artigo neste contexto, referindo-se à atual divisão da esquerda, que é grave que uma facção que ele qualifica de conservadora dentro do campo popular seja a que mais tem servido a esses planos imperiais para a execução desta guerra multidimensional.