“O Haiti não é uma tragédia distante; sua instabilidade representa um grande problema regional e internacional”, enfatizou Mushikiwabopide.
É vital, em sua opinião, dar um salto global diante da catástrofe humanitária em curso na chamada Pérola das Antilhas.
A questão do Haiti é frequentemente relegada a segundo plano, mas ignorá-la agora é impossível, já que quase 90% da capital, Porto Príncipe, está sob controle de gangues, e mais de 1,3 milhão de pessoas foram deslocadas à força.
Este panorama reflete uma realidade brutal, já que muitas famílias foram arrancadas de suas casas, milhares de estudantes estão privados de acesso à escola e mulheres e meninas são vítimas de violência intolerável.
Entre 2023 e 2024, comentou Mushikiwabopide, essa violência aumentou dez vezes, mas para piorar a situação, a ajuda humanitária continua dramaticamente insuficiente.
Atualmente, apenas um pouco mais de 10% das necessidades estão sendo financiadas, a menor taxa do mundo, daí a importância da mobilização coletiva internacional, destacou o secretário-geral da OIF, citado pelo jornal Le Nouvelliste.
A crise haitiana se estende além das fronteiras do país, já que o território é uma encruzilhada de tráfico de armas e drogas.
Redes criminosas, ele argumentou, usam o Haiti como ponto de trânsito para os Estados Unidos, o Caribe e a Europa.
Declarações de intenções não serão suficientes; o desafio agora é traduzir esses compromissos em ações concretas para responder à emergência em tempo hábil, afirmou Mushikiwabopide.