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quinta-feira, 3 outubro, 2024

DROGAS: A TERCEIRA MAIOR FONTE DA ECONOMIA E A INTERVENÇÃO NO RIO DE JANEIRO

EM TORNO DA INTERVENÇÃO FLUMINENSE

 * Pedro Augusto Pinho

O empoderamento do sistema financeiro internacional, que abrevio denominando banca, no mundo capitalista, a partir de 1990, mudou profundamente as realidades, não apenas econômicas, mas sociais e políticas.

Surpreendo-me, com desconfortável frequência, ao ler, ouvir, assistir entrevistas e depoimentos de pessoas inteligentes, tanto as que se posicionam à direita quanto à esquerda dos perfis ideológicos, ignorando esta fundamental e significativa mudança no processo civilizatório, quando em suas reflexões.

Não irei repetir as colocações que tenho feito sobre origem, composição, objetivos e estratégia geral da banca. Vou procurar verificar se há alguma relação ou interferência da banca na intervenção, agora confirmada pelo legislativo, das Forças Armadas (FFAA) no Rio de Janeiro.

Como se recomenda sempre, diante de qualquer investigação, siga o dinheiro. E o farei a partir do conciso e esclarecedor artigo, “O lado financeiro da intervenção federal no Rio”, do economista e jornalista J. Carlos de Assis, publicado no Monitor Mercantil (21/02/2018, página 2).

O Rio e todos os entes federativos (Estados e Municípios) sofrem com uma orientação da banca, implementada sob recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI), que gera o insolúvel endividamento. Isto é óbvio para quem reconhece a dívida como arma política, já implementada há séculos pelo Imperialismo Inglês, pai ou avô da banca contemporânea. Como observou, com argúcia, J. Carlos de Assis, o que Sergio Cabral e todos demais comparsas, nos prováveis assaltos aos recursos públicos, tenham retirado dos orçamentos é uma gota d’água no oceano, diante das obrigações impositivas da dívida provocadas pela banca/FMI/Governo FHC.

Não são apenas recursos para segurança pública, mas para todas as ações em prol do desenvolvimento econômico e das obrigações sociais do Estado que estão faltando. O economista Assis lembra o COMPERJ. Poderíamos enumerar os malefícios econômicos da Lava Jato, sem dúvida uma operação conduzida do exterior e sob o planejamento da banca, que aniquilou a construção civil, sempre uma poderosa força econômica e geradora de empregos para a cidade e o Estado do Rio de Janeiro.

Ainda na esfera econômica incluiríamos o tráfico de drogas. Hoje, conforme confiáveis estatísticas econômicas, as drogas representam a terceira maior fonte de receita da banca. Recordemos apenas que a desregulações proporcionadas pela dupla Thatcher-Reagan colocou todas as receitas ilícitas nos canais de circulação monetária da banca. Vejam apenas as quantidades de “paraísos fiscais” e seus montantes monetários antes e a partir dos anos 1980.

Onde estão as drogas? Nos morros; por favor, sem ironias. Como escreveu, metaforicamente, um internauta: na Avenida Atlântica. Ou seja, nestas fazendas de senadores inimputáveis por suas filiações partidárias. E no conhecimento dos cúmplices que ocupam desde sempre postos de comando e decisão nos Estados, em especial onde o Primeiro Comando da Capital (PCC) é cogestor. Entendo que os serviços de inteligência das FFAA tenham absoluta certeza e conhecimento desta realidade. Cabe então perguntar: por que então elas se submetem a este vexame? A esta desmoralização? Acreditam tanto assim no poder da mídia oligopolista brasileira? É um ponto em aberto para aprofundar.

Assim, os dois caminhos do dinheiro estão, a meu ver, razoavelmente equacionados: dívidas e drogas. Nenhum justificando a intervenção.

Mas há outros aspectos do poder. O psicossocial e o político. Analisemo-los portanto.

A banca tem um objetivo de redução populacional. Isto é evidente num poder infértil, que não produz. Como todos sabemos a banca apenas carea para seus cofres os ganhos da indústria, da agricultura, do transporte, dos serviços públicos e privados pela arma da dívida e dos subornos, onde é mestra.

Consequentemente, a pressão demográfica é um dos principais, talvez o mais importante inimigo da banca. Entre as ações convencionais para redução populacional, que a banca usa, estão a fome e a guerra. Não é por acaso que as guerras da banca (com seu suporte financeiro e suporte operacional dos órgãos de golpes dos Estados Unidos da América (EUA): CIA, NSA, e do Reino Unido: MI5 e 6) atingem o mundo islâmico – a maior taxa de fecundidade está nos muçulmanos – e se propagam pela Ásia, o mais populoso continente.

A vez da América do Sul chegou. Os fantoches da banca nem pensam que a guerra sempre atinge a todos e os que dela enriquecem não estão em nosso subcontinente.

A militarização do conflito social é um ponto deste objetivo. Não é por acaso que as redes comerciais de televisão, harmonicamente articuladas com a Globo, há um ano emprenham olhos e ouvidos de seus incautos espectadores com a violência. Chegam ao cúmulo de trazer a violência nos EUA – o mais violento país do mundo – como o nosso próximo passo, principalmente quando prejudica a formação dos jovens. É tal ignomínia, que só um país sem soberania e cidadania permite existir.

Qual o sentido do envolvimento das FFAA, neste contexto? Obrigá-las a agir na guerra que se arma contra a Venezuela. Ou o caro leitor acha que o périplo do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, excluindo o Brasil, teria objetivos pacifistas e humanitários? Este é um dos aspectos da influência da banca na intervenção, que classifico como político. E, por motivos distintos e mesquinhos, se agrega aos políticos locais temerosos (não se perca pela palavra) da eleição deste ano.

Falta-nos apenas verificar o psicossocial. Da parte dos detentores do governo atual (judiciário, executivo e maioria do legislativo) é o ódio que nutrem aos negros, pardos e pobres. Eliminá-los com tão aceitável desculpas parece-lhes até um sonho. Ou não senhora ministra frasista? Que mais lhe pediu a Shell, no regabofe que lhe foi oferecido? Não é mero acaso a presença desta antiga multinacional anglo-neerlandesa, experiente em guerras e corrupções por todo mundo e, em especial, no Oriente Médio. Não há amadorismo na banca.

E, com tal pretexto e as deformações dos noticiários televisivos, não será difícil incluir entre os mortos os opositores do governo, principalmente os das classes sindicais e menos favorecidas.

Fechamos, creio eu, com os interesses externos – que reputo os mais relevantes – e os mesquinhos e nada cristãos internos, estas considerações em torno de uma intervenção.

Pela paz.

*Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado.

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