“A agenda destrutiva e regressiva do golpe colocou o Brasil no rumo do abismo social, da fragilização econômica, da erosão da soberania nacional e do comprometimento das instituições democráticas. O único futuro que tal agenda oferece ao Brasil é o da ampliação das desigualdades sociais e da volta fome e da pobreza, combinadas com “voos de galinha” na economia, destruição dos direitos trabalhistas e previdenciários, dependência frente às grandes potências e crescente configuração de um Estado de Exceção”, diz a presidente Dilma Rousseff, na apresentação livro “Governos do PT: um legado para o futuro”, organizado pelo ex-ministro Aloizio Mercadante e por Marcelo Zero, colunista do 247
23 DE MARÇO DE 2018 ÀS 09:10 // INSCREVA-SE NA TV 247
247 – “A agenda destrutiva e regressiva do golpe colocou o Brasil no rumo do abismo social, da fragilização econômica, da erosão da soberania nacional e do comprometimento das instituições democráticas. O único futuro que tal agenda oferece ao Brasil é o da ampliação das desigualdades sociais e da volta fome e da pobreza, combinadas com “voos de galinha” na economia, destruição dos direitos trabalhistas e previdenciários, dependência frente às grandes potências e crescente configuração de um Estado de Exceção”, diz a presidente Dilma Rousseff, na apresentação livro “Governos do PT: um legado para o futuro”, organizado pelo ex-ministro Aloizio Mercadante e por Marcelo Zero, colunista do 247.
Leia, abaixo, a íntegra da apresentação do livro “Governos do PT: um legado para o futuro”, organizado por Aloizio Mercadante e Marcelo Zero:
Costuma-se dizer que a primeira vítima de uma guerra é a verdade. Com efeito, numa guerra em sentido estrito ou numa guerra política, o assassinato da verdade e a ocultação dos fatos ocorrem em profusão.
No Brasil, não é diferente. A primeira vítima do golpe parlamentar de 2016 não foi só a democracia. Foi também a verdade.
Antes do golpe, e para justificá-lo, as forças antipopulares e antinacionais difundiram, à exaustão, uma série de mentiras sobre os governos do PT. Entre as muitas mentiras, disseram que os governos do PT haviam “quebrado o Brasil”, promovido uma imensa e irresponsável “gastança”, “destruído a Petrobras”, gerido as finanças públicas com “irresponsabilidade fiscal”, implantado o “maior esquema de corrupção da história”, inchado a máquina pública, implementado uma política externa “ideológica e terceiro-mundista”, entre outras acusações.
Essa cortina de fumaça de mentiras destinou-se e destina-se a ocultar um extraordinário legado social, político e econômico que foi deixado pelos governos do PT. Um legado que, em agudo contraste com a nossa tradição histórica de exclusão e desigualdade social, melhorou a vida de dezenas de milhões de brasileiras e brasileiros e fez do Brasil um país respeitado em todo o mundo. De fato, ao longo do ciclo de desenvolvimento dos governos do PT, o nosso país experimentou, pela primeira vez, uma combinação virtuosa de aperfeiçoamento democrático, massiva inclusão social, distribuição de renda e crescimento com estabilidade macroeconômica.
Contudo, as forças golpistas que assaltaram a Nação querem fazer tabula rasa desse legado, ocultando os fatos da população e destruindo as extraordinárias realizações desse período histórico virtuoso.
Pois bem, este trabalho insere-se num esforço para revelar e analisar esse legado. Não apenas para mostrar o que foi feito no passado, mas fundamentalmente para revelar o que pode ser feito no futuro. É nosso sólido entendimento que, se o Brasil quiser superar o golpe, a desestruturação do Estado e do mundo do trabalho, suas medidas extremamente regressivas e promover um novo ciclo de desenvolvimento, a base para tal superação tem de ser assentada no legado dos governos do PT.
É claro que as circunstâncias nacionais e internacionais são hoje bastante diferentes das que predominaram na era dos governos do PT. Não obstante, as diretrizes fundamentais daquele ciclo, como a inclusão social; a ampliação das oportunidades para todos; a distribuição de renda; eliminação da pobreza; o fortalecimento e expansão de um mercado interno de consumo de massas; a inclusão educacional; a abertura do ensino superior aos mais pobres e aos afrodescendentes; a melhoria no acesso à saúde; a inclusão bancária da população, a abertura do Estado à participação popular; o combate republicano e isento à corrupção; o aprimoramento e a expansão do Estado do Bem Estar; a defesa ativa e altiva dos interesses nacionais no cenário externo; a sustentabilidade econômica, social e ambiental têm de estar presentes na formulação e implementação de um novo ciclo de desenvolvimento que aprofunde e consolide o legado deixado pelos governos do PT.
A agenda destrutiva e regressiva do golpe colocou o Brasil no rumo do abismo social, da fragilização econômica, da erosão da soberania nacional e do comprometimento das instituições democráticas. O único futuro que tal agenda oferece ao Brasil é o da ampliação das desigualdades sociais e da volta fome e da pobreza, combinadas com “voos de galinha” na economia, destruição dos direitos trabalhistas e previdenciários, dependência frente às grandes potências e crescente configuração de um Estado de Exceção.
Assim, este trabalho, ao analisar o passado, pretende também descortinar um futuro para o Brasil. Um futuro a ser construído no terceiro governo de Lula. Um futuro no qual caibam todas as brasileiras e todos os brasileiros.
Esse futuro vai estar baseado, certamente, na distribuição de renda de enorme importância para o País e que constitui um dos principais aspectos do legado dos governos do PT. Deverá, ainda, aprofundar e fazer avançar uma iniciativa fundamental para o desenvolvimento da Nação brasileira, que os governos do PT deram o início. Trata-se das ações, iniciativas e programas para a distribuição da riqueza. O principal tripé, para alcançarmos um real e efetivo compartilhamento da riqueza está apoiado no acesso à educação de qualidade para todos; na aposentadoria digna, que remunere as gerações de brasileiras e brasileiros que construíram o Brasil com seu trabalho; no acesso do povo de nosso País ao seu patrimônio fundamental: terra e moradia
O futuro que iremos construir juntos é fruto do esforço coletivo. É fruto de um País baseado nos valores civilizatórios, éticos e morais da cooperação e do altruísmo, e não da competição e do egoísmo. Estamos do lado certo da História. O lado da democracia, da justiça social e da soberania nacional. Estamos do lado e ao lado do povo do Brasil. Estamos onde sempre estivemos e onde sempre iremos de estar.
E temos a certeza de que, assim como a esperança derrotou o medo, em 2002, ela derrotará o ódio, em 2018.
Dilma Rousseff
Presidenta do Conselho Curador da FPA
Fonte: Brasil 247