Por Luiz Fernando Leal Padulla*
Em minhas veias corre sangue árabe, ainda que de gerações distantes. Sangue com DNA palestino. E talvez isso tenha aflorado em mim o desejo e a vontade em defender a Palestina. O certo é que a partir do momento que o vermelho da luta esquerdista brotou em mim, defender a Palestina foi apenas uma consequência. Afinal, é uma luta justa e desigual: de um lado fascistas e sionistas, do outro, humanos.
A luta entre o bem e o mal; entre armamentos militares e pedras revolucionárias.
As ocupações do Estado genocida de Israel são agressivas e têm como objetivo único a limpeza étnica, provadas por expulsões massivas e massacres em aldeias palestinas. Surgiram com os sionistas, principalmente a partir de 1948, durante a Nakba – com a sanção e cumplicidade da ONU – e avançam de forma brutal, não poupando nem mesmo a vida de inocentes crianças.
Israel usa o povo palestino como cobaia para seu aparato militar e tecnológico de última geração. Não apenas para mostrar poder perante os verdadeiros herdeiros da terra, mas para promover a propaganda e elevar o fluxo de suas importações.
– uma vez que 70% dessa produção bélica é comprada por governos que mantém relações econômicas com esses assassinos.
Sendo assim, pode-se afirmar que quem compra de Israel, financia suas atrocidades e têm as mãos igualmente sujas de sangue de inocentes. E o Brasil é um desses países que ocupa o “Top 5” de importações de Israel, tanto a nível federal como de governos estaduais. E muitos desses armamentos são usados igualmente contra o povo, na repressão, na criminalização de ativistas e movimentos sociais e no genocídio da população negra, pobre e indígena.
Em 2017, por exemplo, o Exército Brasileiro fechou acordo de R$ 6,3 bilhões com empresas israelenses para compra de blindados, sendo uma das fornecedoras a empresa Elbit, a mesma que construiu os drones que mataram 164 crianças palestinas em Gaza, durante a ofensiva de 2014, segundo levantamento da ONG Defense for Children International Palestine (DCI).
Outros trâmites de compra e venda envolvendo acordos de “segurança e defesa nacional” são mantidos sob sigilo.
E o apoio sionista não para aí. Em um ineditismo absurdo diplomático, o Brasil, sob os desmandos recentes do presidente (sic) Jair Bolsonaro, foi voto contrário a uma resolução na ONU que pedia investigações sobre possíveis abusos de direitos humanos por parte de Israel contra o povo palestino. A prova do alinhamento fascista na política externa.
Para quem ainda tinha dúvidas do por que defender e lutar pela causa palestina, Bolsonaro nos mostra a realidade. De um lado, bombardeios contra famílias inteiras, ações coloniais e racistas; do outro, a luta contra a opressão e exploração, a busca pela justiça.
Israel e seus aliados são assassinos sanguinários, que como bem disse a jornalista Soraia Misleh, mata bombardeando ou lentamente. Afinal, de acordo com a própria ONU, a situação em Gaza é tão preocupante que pode ser tornar um local inóspito para a sobrevivência. Devido aos constantes bombardeios e bloqueios impostos, durante os 12 anos, as mais de 2 milhões de pessoas dali têm apenas 4 horas de eletricidade por dia, e 96% da água potável está contaminada e metade das crianças (crianças!) apresentam desnutrição crônica.
Que se faça ecoar aos quatro contos do mundo as emocionantes e corajosas palavras do poeta palestino Tawfig Zayyad: “Quando tivermos sede, espremeremos as pedras. E comeremos terra, quando estivermos famintos. Mas não iremos embora. E não seremos avarentos com nosso sangue. Aqui temos um passado. E um presente. Aqui está nosso futuro”.
Palestina resiste!