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quinta-feira, 28 março, 2024

A “DANÇA” DAS QUADRILHAS NO SÃO JOÃO DE BRASILIA

Fotomontagem, tvuol.com.br
Crispiniano Neto
Como se não bastassem as fogueiras que o próprio governo mandou black blocs treinados em quarteis, acenderam nos ministérios no último dia 28 para acusar as centrais sindicais de carbonárias, a linguagem que se fala na corte já é toda junina.
O crime “fala francês” e, de espiga em espiga, se fala muito em milhão.
Ministro, senador e deputado escorrega mais que em Pau-de-Sebo.
A toda hora descobrem-se botijas num incessante Quebra-poetas.
O Festival de Quadrilhas aproveita e faz a festa no “Arraiá de Seu Miché”, que já não consegue mais nem quadrilheiros para ocupar ministérios.
Até Eliseu Quadrilha entrou no ritmo… Tem gente queimada, em rojão!
Muito bacamarteiro virou mijão. Basta ver o pipoco de um traque.
Até a fogueira das vaidades está se apagando. O que importa mesmo é saber quem vai encher os bolsos como quem enche balões nessa noite brasileira que se anuncia.
Enquanto o Movimento por Diretas Já, diante da aprovação da emenda de Reguffe, dá um baita “alavantú” (en avant tous), as propostas de reformas descem as rampas num tremendo “anarriê” (en arrière).
Na assessoria de Temer, a partir do primeiro escalão é grande o “changê” (changer/changez). Se troca de ministro como se troca de par, na dança junina.
Dizem que Temer não faz “Justiça” aos amigos e que algumas trocas não são feitas com muita “Transparência”.
Quanto mais Temer diz que “agora o governo vai para frente”, mais o gritador da quadrilha grita “Otrefoá” (autre fois), pois só consegue acertar alguma coisa quando renova os programas de Lula e Dilma. No mais, é renovar Medidas Provisórias na sua eterna mania de dar carne a gato… Angorá
Na cena do “Caminho da Festa”, a quadrilha retrocedeu. Nunca mais teve clima para aqueles jantares pomposos que Marcelinha dava em palácio e que nos faziam lembrar o Baile da Ilha Fiscal, quando quadrilha era uma dança da corte.
A quadrilha desce para os grotões, voltou para a cidade como dança caipira, recebeu falso glamour ao ser estilizada e Temer evoluiu grotescamente para a quadrilha bestilizada.
Quando se grita “Olha o túnel” vemos tucanos e “demos”, de mãos dadas com peemedebistas passando de mão em mão, em busca de parcerias que ficam escondidas por baixo dos subsolos dos labirintos do poder brasiliense.
“Olha a chuva” é um grito que assusta diante das trovoadas de denúncias que caem como rajadas de pistoletas sobre a corte, até mesmo nos órgãos da imprensa golpista que parecem estar insaciáveis diante de um governo onde prevalece um festival de roubalheira sem peia nem cabresto.
No “Olha a cobra”, as damas pulam nos colos dos cavalheiros, mas não têm mais a garantia de proteção, desde que a irmã de Aécio, a mulher de Sérgio Cabral e tantas outras estão indo para o xilindró com os pares das quadrilhas que integram.
É o “Baile Geral”, em que os quadrilheiros dançam… E preparam a despedida. Cada qual cuidando de encher mais os bolsos de canjica, deixando o povo com cara de pamonha.
É muito milhão na fogueira… o clima é de Quentão.
E enquanto o mandato de Aécio foi reduzido a pó, o governo Temer vai virando cinzas de fim de festa junina

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