Por Diony Sanabia
Reiteradas vezes, o público presente ontem à noite no teatro do Terraço do Centro John F. Kennedy para as Artes Cênicas reverenciou o grupo cubano de dança flamenca que trouxe aqui o espetáculo Desde nuestras raíces.
Cerca de 400 criadores e intérpretes radicados dentro e fora da nação caribenha participam desde o dia 8 de maio no festival Artes de Cuba: da ilha ao mundo, que até 3 de junho combina música, dança, teatro, artes plásticas, cinema, desenho e moda.
Rodríguez, multipremiada bailarina e coreografa, em união com oito colegas, abriu a atuação com um resumo de sua obra Emigrantes, que abarcou o primeiro dos dois atos do programa.
Tal proposta aborda a história da migração de espanhóis a Cuba no início do século passado, e mostra uma peculiar fusão do flamenco tradicional e os ritmos afro-cubanos.
As interpretações do Emigrante e La habanera, por Marlon Fernández e Rodríguez encantaram o público presente, que também reconheceu a destreza de Mara de Armas, Mariana Ramos e Teresa Álvarez como cubanas.
Além disso, conquistaram elogios dos assistentes pelas execuções dos papéis dos cubanos Reydisnier Rodríguez, Josué Rondón, Gabriel Amil e Emilio Batista.
O último momento começou com a peça El Mito, uma sedutora encenação na qual só se apreciaram pernas com sapatos negros e um desafiante e virtuoso par de calçado branco.
Tal variante, junto à imaginação sobre as outras partes do corpo dos bailarinos, escondidas por trás do telão, bastou para aproximar os espectadores a um flamenco mais contemporâneo.
Depois, ocorreu algo similar com Tifoeo, Encontra2 e Solera, esta última já considerada um clássico da companhia de seis anos de vida e que nesta ocasião conquistaram a maior quantidade de aplausos.
Em declarações à Prensa Latina, Rodríguez qualificou de oportunidade espetacular para seu elenco poder se apresentar no Centro Kennedy, a seu julgamento um dos melhores teatros do mundo onde se reúnem reconhecidas figuras da arte.
É um prazer e um orgulho fazer parte deste grande festival, no qual todos os artistas têm dado o melhor de si com o fim de deixar bem elevada a cultura cubana, acrescentou a primeira bailarina, aclamada pelo virtuosismo de sua técnica.
Por outro lado, nesta terça-feira, apresentou-se no Palco Milênio da referida instituição La Dame Blanche, nome artístico da cantora, flautista e percussionista Yaite Ramos, radicada na França.
Junto a ela, que deu vida a temas de hip hop, nu cumbia, reggae e outros ritmos, estiveram Marc Damble, encarregado dos efeitos sonoros, e Pierre Mangeard, com o clarinete e os tambores.
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