Por Luisa María González
‘Tendo em conta a experiência de Cuba, asseguramos que não é desacertado nem exagerado reconhecer que o financiamento requerido pelos países em desenvolvimento deve ser considerado em milhares de milhões de dólares anuais’, sustentou.
Segundo a Ministra, ‘conquanto mobilizam-se esforços em nível global para que diferentes fontes contribuam às finanças para o clima, não podemos sobre dimensionar o papel dos fluxos privados, pois são muito instáveis e voláteis’.
Em consequência, agregou, o financiamento público deve seguir sendo o prioritário, já seja através de mecanismos globais ou bilaterais, com a cooperação norte-sul, sul-sul e triangular.
‘Neste empenho devemos contribuir todos. Cuba tem decidido ampliar sua cooperação com os países membros do Caricom (Comunidade do Caribe) no confronto à mudança climática’, disse.
No entanto, tendo em conta que as quantidades de dinheiro comprometidas para os fundos multilaterais são ainda extremamente limitados, ‘nos perguntamos como os incrementar’, demandou.
Ao respeito, sublinhou que parte da resposta está nas despesas armamentistas: ‘não se deve continuar destinando milhares de milhões de dólares à carreira armamentista no mundo, em lugar de contribuir à solução mundial dos problemas meio ambientais’.
Segundo a titular, se tão só se destinasse o um por cento das despesas armamentistas de 2016 para o Fundo verde do clima, dispor-se-ia a mais 12 mil milhões de dólares, o que significaria duplicar a quantidade atual comprometida.
Também advogou por assegurar que os fundos existentes não introduzam novas travas e requisitos para o acesso ao financiamento, como a categorização dos países pelo nível de renda, pois ‘todos somos países em desenvolvimento, o qual constitui nossa maior vulnerabilidade’.
A ministra encabeça a delegação cubana assistente ao evento e realçou que o país foi um dos quase 100 estados convidados a One Planet, precisamente pela contribuição de Havana nas negociações para atingir o Acordo de Paris.
Desde a assinatura desse pacto há dois anos, argumentou, ‘no país temos avançado muito com iniciativas concretas como aprovar um Plano de Estado para o confronto à mudança climática, denominado Tarefa Vida, e nos traçar a meta de chegar a 24 por cento de uso de energia renovável para 2030’.
Segundo a representante cubana, ‘o nome desta cúpula é muito importante: Um Planeta. Isso mostra que não temos um plano B, só há um planeta, e é responsabilidade das gerações atuais trabalharem para legar um planeta limpo às gerações futuras’.