Santiago do Chile (Prensa Latina) O retorno de quase metade da população chilena a medidas mais restritivas devido à Covid-19, hoje gera opiniões conflitantes e críticas para o que alguns consideram um duplo padrão do governo.
A medida foi saudada pela Faculdade de Medicina, cuja presidenta, Izkia Siches, a descreveu como ‘difícil, mas necessária’, e pediu cuidados pessoais e evitando multidões, fenômeno que é permanente nesta capital.
No entanto, as críticas são dirigidas a outros aspectos da questão, e Germán Codina, prefeito do populoso e humilde município de Puente Alto, destacou que do ponto de vista da saúde a medida é compreensível, mas pediu ao governo que reative o auxílio nas caixas de mercadorias e financeiras às famílias.
Outro prefeito, Felipe Delpin, que preside a Comissão de Saúde da Associação Chilena de Municípios e faz parte da mesa do Governo Covid-19, garantiu que ‘não fomos consultados, em nenhum momento’.
Do mundo do trabalho, Juan Moreno, conselheiro nacional do Poder Comercial da Unidade Central dos Trabalhadores, considerou que já havia alertado há muito sobre o perigo de recuar no confinamento porque ‘o controle do Governo foi nulo’.
Ele explicou que fechar shopping nos finais de semana para prevenir, é inútil, porque as pessoas vão se amontoar de segunda a sexta-feira, e destacou que ‘no comércio queremos trabalhar, mas com essas medidas inseguras’, de novo os trabalhadores continuarão a pagar os custos econômicos e de saúde. ‘
Por sua vez, o médico e deputado Juan Luis Castro, integrante da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, disse que a medida do governo tem ‘letras miúdas’, pois ‘os restaurantes poderão abrir nas esplanadas ainda na fase dois Não puderam ser abertos e as escolas que estão funcionando também não fecharão.
Ressaltou que em uma situação como esta ‘a intervenção do Estado é fundamental’, mas o presidente Sebastián Piñera ‘sempre tem o dilema da economia e da saúde’.
Até o deputado da Revolução Democrática Miguel Crispi, qualificou de ‘preocupante e contraditório’ que enquanto se anuncia uma segunda onda de infecções, os turistas podem entrar no país, a partir de hoje, sem terem de fazer uma quarentena de 14 dias.