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terça-feira, 8 outubro, 2024

Corregedoria isenta policiais evolvidos em ação em Paraisópolis

Moradores de Paraisópolis protestaram após ação policial que deixou nove mortos

Inquérito da corporação considera que 31 policiais agiram em legítima defesa em ação que deixou nove jovens mortos num baile funk. Arquivamento do caso é pedido.

DW

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo isentou os 31 policiais que participaram de uma ação que resultou na morte de nove jovens em um baile funk na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, em dezembro do ano passado, e pediu o arquivamento do caso.

Na conclusão do inquérito realizado pela corporação divulgada nesta sexta-feira (07/02), o capitão Rafael Oliveira Cazella considerou a ação policial lícita e alegou que os policiais agiram em legítima defesa. O documento afirma que o grupo também não praticou nenhuma infração militar.

O subcomandante da PM de São Paulo, coronel Fernando Alencar Medeiros, referendou as conclusões do inquérito, que será enviado ao Ministério Público, que decidirá sobre a necessidade de novas diligências e determinará o arquivamento ou apresentará uma denúncia.

Além do inquérito da Corregedoria, a Polícia Civil também investiga a ação que terminou com a morte dos jovens.

Há duas versões sobre o caso: a da polícia e a de testemunhas. Segundo a PM, os nove jovens mortos teriam morrido pisoteados após criminosos entrarem no baile atirando contra policiais que os perseguiam, provocando, assim, o tumulto. De acordo com a corporação, os agentes foram recebidos no local com arremessos de objetos como garrafas e pedras. As equipes de Força Tática responderam então lançando munições químicas para dispersão.

Parentes das vítimas e participantes do evento, porém, contestam essa versão. Testemunhas disseram que os PMs cercaram o baile e impediram sua dispersão. O cerco então levou quem estava na rua a correr para uma viela, provocando as mortes. Alguns também contradizem a versão de que dois homens de moto teriam entrado no baile disparando.

A ação foi condenada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), que pediu uma investigação “séria, imparcial e eficaz dos fatos”.

CN/ots

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