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sexta-feira, 26 julho, 2024

COP21: organizações sociais pedem fim da perseguição contra defensores da terra

Entidades denunciam como efeitos da crise climática o aumento da violência contra as mulheres, as migrações forçadas, a perda da soberania sobre o patrimônio natural e a impossibilidade das comunidades originárias seguirem em harmonia com a Mãe Terra.
Adital

Movimentos e organizações sociais da América Latina, entre elas a rede Jubileu Sul/Américas e a Coordenação Latino-Americana do Campo (Cloc – Via Campesina), posicionam-se sobre a Cúpula do Clima, que será realizada em Paris [França], de 30 de novembro a 11 de dezembro. Em comunicado, as entidades defendem que a crise climática tem origem no sistema capitalista, baseado em um modelo de produção e consumo depredador dos bens comuns e da força de trabalho. Desse padrão resultariam graves efeitos, como violência, migrações e perda da soberania sobre o patrimônio natural.

Entre as reivindicações, as entidades pedem o fim da perseguição, tortura e assassinato de defensores dos povos e da terra; a incorporação de alternativas para o Bem Viver (Buen Vivir), garantindo a sustentabilidade da vida dos povos indígenas e camponeses; o comprometimento dos países desenvolvidos na redução drástica das emissões de carbono. Reivindicam também a Plataforma de Desenvolvimento das Américas (Plada), desenvolvida pela Confederação de Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoas das Américas (CSA) e lançada em maio de 2014.No documento, as organizações denunciam e rechaçam os processos de mercantilização da natureza como estratégia das corporações, que se utilizam dos princípios da economia verde como uma “falsa solução para a crise climática”. Sustentam que o modelo de dominação que impõe a dívida (interna e externa) desvia os limitados recursos existentes para o investimento social nos países. Recursos que poderiam ser utilizados para mitigarem as consequências do câmbio climático. “Falamos de uma dívida econômica, mas também climática, social, ecológica.”.

projetoaguaNessa direção, as organizações fazem um chamado para o fortalecimento dos laços de irmandade e ação entre os países, com vistas a processos que apontem para a construção de uma sociedade e coletividade “justa e equitativa”. Convocam para o aprofundamento das resistências locais, regionais e globais contra a implementação das “falsas e perigosas” soluções para as mudanças climáticas. Exortam para a manutenção das mobilizações e a denúncia ativa de negociações sobre o clima, que favoreçam grandes corporações e governos dos países desenvolvidos.

Apoiando as semanas de mobilizações em Paris (de 28 de novembro a 12 de dezembro), os movimentos entendem que será um importante momento de convergência entre organizações e movimentos sociais de diversas regiões, “em um caminho mais amplo pela justiça climática, que deve nos trazer forças para avançar em nossas lutas comuns”.

 

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